Acusado de mandar matar Marielle pede tempo para pagar R$ 4,5 mil em ação
Preso desde março acusado de mandar matar a vereadora Marielle Franco (PSOL), o deputado federal Chiquinho Brazão pediu à Justiça do Rio de Janeiro mais tempo para pagar as custas de um processo cível no valor de R$ 4,5 mil.
O que aconteceu
A ação foi aberta pelo próprio Chiquinho. No começo do ano, ele pediu na Justiça o despejo de uma loja de móveis que ocupa um imóvel seu em Cascadura, zona norte do Rio.
Chiquinho não teria dinheiro para pagar o valor da ação. No processo, o deputado afastado e expulso de seu partido — o União Brasil — pediu "dilação do prazo para pagamento das custas" do processo, no valor de R$ 4.560,95.
A justificativa seria sua prisão. "O autor encontra-se atualmente em prisão preventiva, em razão de ser suspeito de investigação conduzida pela Polícia Federal", alega a defesa.
O UOL procurou os advogados de Chiquinho, mas não recebeu resposta até a publicação desta reportagem. Dois dias após o Conselho de Ética abrir um processo para discutir sua cassação, em maio, o deputado continuava a receber salário e a manter imóvel funcional e 25 servidores em seu gabinete, segundo reportagem do Congresso em Foco.
Pelo exposto, requer-se a dilação do prazo para pagamento das custas.
Trecho da ação
A prisão dos irmãos Brazão
Chiquinho Brazão está em presídio de segurança máxima de Campo Grande (MS) desde março. Ele e seu irmão, Domingos Brazão, conselheiro do TCE (Tribunal de Contas do Estado) do Rio — também preso —, são acusados de mandar matar Marielle e seu motorista Anderson Gomes. Os dois negam as acusações.
Ele foi preso após a deflagração de uma operação para prender os suspeitos. Na ocasião, o ex-chefe de Polícia Civil do Rio Rivaldo Barbosa também foi preso. Ele nega a acusação de que tenha blindado os irmãos Brazão durante as investigações.
O homicídio foi motivado por interesse em grilagem de terras por milícias, segundo a PF. Conforme o relatório da Polícia Federal, Marielle estaria "atrapalhando os interesses dos irmãos" ao tentar impedir loteamentos em Jacarepaguá, reduto eleitoral dos Brazão, afirmou em delação o ex-policial militar Ronnie Lessa.
Brazão defendeu sua inocência ao Conselho de Ética da Câmara. "Eu sou inocente, continuo alegando que vamos provar a inocência. Se olhar meu mapa eleitoral, vai ver que tenho voto tanto em área de milícia, quanto em área de tráfico", disse.
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