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Madeleine: Em debate, usar tempo com estratégia é melhor que ser bom orador

Os desempenhos do apresentador José Luiz Datena e do deputado federal Guilherme Boulos mostram que, em debates eleitorais, melhor do que ser bom orador, é saber usar o tempo com estratégia, disse a comentarista Madeleine Lacsko no UOL News desta sexta-feira (9).

Os cinco principais candidatos à Prefeitura de São Paulo participaram do primeiro debate eleitoral na Band na noite de ontem (8).

Acho muito interessante ver como o Guilherme Boulos, que tem um problema de dicção, não tem tanto carisma, virou um craque de usar o tempo, porque ele já participou de muitos debates, inclusive presidenciais. (...) Teve um momento em que o Datena fez uma pergunta pra ele, a resposta dele tinha quatro minutos. Ele pegou um minuto, fez 30 segundos de uma breve consideração e aí mandou uma outra pergunta pro Datena. O Datena se perdeu, catou três minutos e ficou fazendo propaganda dele. Isso é habilidade de debate, no debate, você saber ter estratégia com o tempo é melhor do que ser bom orador. É um mix.

A arrogância é bicho que come o dono, o Datena e o Pablo Marçal confiaram no próprio taco porque eles são muito bons na comunicação no meio em que eles estão. Datena, 26 anos à frente de um programa ao vivo durante horas. O Pablo (...) você pode ter julgamento sobre ele, só que ele cobra R$ 250 por uma mentoria, conquistando as pessoas pela lábia. Eles acharam que isso seria suficiente pra funcionar no ambiente de um debate político debatendo com políticos experientes nesse tipo de enfrentamento e nesse tipo de tema. O Datena não soube usar o tempo em nenhuma das vezes. Madeleine Lacsko, comentarista

Madeleine considera que Nunes e Tabata foram os destaques da noite e ainda diz que Marçal, apesar de não ter se saído bem, consegue visibilidade com cortes de vídeo para a internet.

A gente teve a Tabata tentando entrar nessa posição de franco atiradora pra se sobressair. Ela tem uma candidatura que podia estar maior, ela quer uma estatura maior. Para algumas pessoas, ela falar da família do Nunes pega bem, para outras, pega mal. Tem que ver o resultado agora.

O Nunes me surpreendeu, porque óbvio ele ia ser o alvo de todos. Se você está no poder você vai ser o alvo de todos, e todo mundo quer brigar com você porque quer o seu lugar, então, você tem que mirar no prefeito. Ele soube levar ali numa boa, soube colocar o nome de todos os projetos, o que é importante pra quem está no poder. O Paulo Maluf fazia isso bem, pega a pergunta e fala: 'não, mas eu fiz isso, isso, isso e isso'.

O Marçal é muito hábil para xingar jornalista, debate com humorista, mas ali esse se perdeu inclusive no gerenciamento do tempo. Começou a ficar desesperado, aí começou a sair xingando e botando apelidinho. É uma coisa que funciona isso de xingar por apelidinho. Você entra no chat de qualquer coisa de política hoje, você vai ter uma massa de adultos que estão lá pra xingar botar apelidinho em quem está aparecendo na tela, isso é mercado muito grande hoje, ele sabe muito bem apelar esse mercado. E ele quis se diferenciar com aquela coisa do boné, não acho que ele conseguiu falar pra fora do público dele nesse debate não, porque ele não brilhou. Nem ele nem o Datena.

Como vai todo mundo ficar falando mal do Pablo Marçal, fazendo corte dele, é capaz que ele ganhe mais nesse rescaldo do debate, apesar de não ter performado. Madeleine Lacsko, comentarista do UOL News

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