Lula condecora medalhistas olímpicos no Exército e ouve cobrança por cortes
O presidente Lula (PT) ouviu uma cobrança do comandante do Exército, general Tomás Paiva, sobre os cortes orçamentários na Defesa durante o Dia do Soldado, no quartel-general, em Brasília, nesta quinta (22). No evento, ele condecorou medalhistas olímpicos militares.
O que aconteceu
Em março, o governo anunciou o bloqueio de R$ 446,48 milhões do Ministério da Defesa. O corte, estendido a todos os ministérios em julho, se dá em meio à imposição da equipe econômica para o cumprimento do novo arcabouço fiscal e a meta de déficit zero.
A cobrança se deu na ordem do dia. Na fala, Paiva citou a ação do Exército no combate às enchentes no Sul e aos incêndios no Pantanal e disse que o espírito da corporação "é mantido incólume, mesmo sob os efeitos das restrições orçamentárias que atingem a todos".
Apesar disso, não nos descuidamos da imperiosa necessidade de mais helicópteros, de mais blindados e de mais mísseis, meios militares imprescindíveis, que foram adquiridos de forma responsável e transparente e foram agregados à dotação de material da Força, aumentando nossa capacidade de cumprimento de missão.
Tomás Paiva, no Dia do Soldado
O corte de gastos da Defesa é sempre um tema delicado. O ministro José Múcio, responsável e articulador entre o Planalto e as Forças Armadas, por quem Lula tem muito apreço, tem sido hábil em segurar os cortes, mas neste ano não houve acordo sob a justificativa de que era preciso "cortar de todo mundo".
No evento, Lula pregou a Medalha do Exército Brasileiro em três medalhistas dos Jogos de Paris. Foram condecorados os judocas Beatriz Souza, medalhista de ouro e bronze, e Guilherme Schimidt, medalhista de bronze, e a jogadora de vôlei Natália Araújo, medalhista de bronze.
Todos são sargentos do Exército e integraram o Programa de Incorporação de Atletas de Alto Rendimento. A dupla Ana Patrícia e Duda, medalhistas de ouro no vôlei de praia, também receberam a medalha, mas não compareceram ao evento.
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