Sakamoto: Sócio das mudanças climáticas, Congresso desrespeita Marina Silva
Sócio das mudanças climáticas, o Congresso brasileiro desrespeita a ministra Marina Silva quando um parlamentar diz na sua presença que ela é "adestrada", afirmou o colunista do UOL Leonardo Sakamoto no UOL News desta quarta (16). O deputado federal bolsonarista Evair de Melo (PP-ES) atacou a ministra durante comissão na Câmara.
Essa situação foi extremamente lamentável. Adestramento é utilizado para cães, cavalos, portanto, para animais, e Marina Silva teve toda razão e direito de ficar revoltada. Ele poderia falar que ela repetia um discurso que interessava A, B ou C, mas não, ele comparou a ministra a um cachorro.
O Congresso Nacional brasileiro é composto por uma boa parte de parlamentares que defendem um desenvolvimento predatório, de derrubar, explorar tudo e não deixar nada. O problema é que esse desenvolvimento jogou a temperatura do planeta lá em cima e vai causar danos ao ser humano de uma forma que, até agora, é inimaginável.
Esse Congresso é sócio das mudanças climáticas, então ele bate de frente com Marina Silva. É extremamente desrespeitoso e tosco o que fizeram com ela, além, claro, de ter o componente machista e racista no meio de tudo isso porque é claro que se fosse um homem branco naquela situação o desrespeito seria menor. É triste que no meio de um caos vivido por São Paulo que tem relação direta com o caos climático, a gente veja isso acontecer com a pessoa que está tentando mitigar tudo isso. Leonardo Sakamoto, colunista do UOL
Sakamoto ressalta que esse mecanismo de ataque contra uma ministra de Estado mulher e negra mostra o nível da extrema direita no Brasil.
Sem tirar nem pôr, esse é o nível da extrema direita brasileira quando a questão é ambiental. A Marina Silva tem uma das maiores buchas do país, o pessoal fala que o Haddad tem um dos cargos mais pesados, mas é a Marina Silva. Haddad tem gente que o apoia. Marina Silva luta, muitas vezes, uma luta inglória e a mais importante do nosso tempo. O ministério dela visa colocar em prática ações para mudar uma situação que pode levar à extinção em massa de animais, plantas, à fome mundial e morte de pessoas, alagamento de áreas.
O que vimos no Rio Grande do Sul, aquela chuva ou seca de São Paulo, o apagão que a gente viu aqui em São Paulo são decorrentes de eventos climáticos extremos que deveriam estar sendo combatidos com ações que o próprio ministério do Meio Ambiente e Mudança Climática defende e preconiza. Mas o que ele recebe? Falta de apoio no Congresso e a oposição age desse jeito vil. Leonardo Sakamoto, colunista do UOL
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