Valdemar: Bolsonaro e o 'radical' Nikolas têm de aceitar alianças para 2026

O presidente do PL, Valdemar Costa Neto, disse, em entrevista ao jornal O Globo, que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e "o pessoal da extrema direita" do partido precisam aceitar a aproximação com o centro e o diálogo com setores da esquerda para vencer as eleições de 2026.

O que aconteceu

Valdemar disse ser "duro" convencer Bolsonaro a aceitar alianças com a esquerda. "Há lugares no Brasil, como no Maranhão, onde não há esquerda e direita. Há gente com fome. Vamos ter de trazer esse pessoal para ganhar a eleição. Trazer não é difícil. O duro é o Bolsonaro e o pessoal da extrema direita aceitar. Eles não querem", afirmou o presidente do PL. O Maranhão é o estado que mais teve coligações entre o PT e PL nas eleições municipais —segundo a Folha, os partidos se aliaram em 22 cidades este ano.

Cacique do PL incluiu o deputado federal Nikolas Ferreira (MG) na ala mais ideológica do partido. "Não só ele [Bolsonaro]. O Nikolas também [tem que entender]. Ele é muito radical. Tem gente boa em todos os lugares, e temos de trazer esse pessoal", afirmou Valdemar, ao defender que o PL traga para o partido, ou para legendas da coligação, políticos que tenham os mesmos princípios que eles. Este ano, o PL conseguiu eleger 510 prefeitos no 1º turno, ficando atrás do PSD (878), MDB (847), Progressistas (743) e União Brasil (578).

É importante porque nós temos que crescer. Nós temos que ganhar a eleição. O [senador] Rogério Marinho até falou uma boa esses dias: 'Esse povo do Nordeste que vota no PT defende as nossas causas'. E é verdade isso. Agora, nós temos que ter jeito para trazer essa gente para nós. Valdemar Costa Neto, presidente do PL, a O Globo

Valdemar diz que Bolsonaro ainda é plano A para eleição presidencial de 2026. "Tenho na cabeça que Bolsonaro vai ser candidato. Vamos tentar agora negociar a anistia na eleição para presidente da Câmara", afirmou. O ex-presidente foi condenado pelo TSE e está inelegível até 2030 por convocar uma reunião com diplomatas para fazer ataques ao sistema eleitoral brasileiro. O evento teve transmissão na TV Brasil, o canal oficial do governo.

PL está de portas abertas se Pablo Marçal "se comportar". "Se ele se comportar bem, o PL o trataria muito bem. Mas ele tem que se comportar e conversar com o Bolsonaro, pedir desculpa a todos e também ao Duda [Lima, marqueteiro de Ricardo Nunes]", disse Valdemar. Um assessor de Marçal agrediu com um soco o marqueteiro de Nunes nos bastidores do debate realizado pelo Grupo Flow, no 1º turno.

Líder partidário reconheceu que o PL "não trabalhou" para eleger mais prefeitos em São Paulo. "Eu também não esperava estar com nove capitais no segundo turno. Mas não teve empenho do partido para fazer mais prefeitos. Em São Paulo, poderíamos ter buscado uns 100 prefeitos. Era fácil, mas não trabalhamos nisso", disse.

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