'Modelo não deu certo', diz Randolfe sobre financiamento de campanha

Após os partidos perceberem um volume "inédito" de caixa dois no 1º turno das eleições municipais, o senador Randolfe Rodrigues (PT-AP), líder do governo no Congresso Nacional, disse em entrevista ao UOL News desta segunda-feira (21) que o modelo de financiamento público de campanhas falhou.

O senador também destacou a entrada do crime organizado como financiadores de candidatos políticos, mas disse que o debate ainda precisa ser feito no Congresso —ele próprio era um defensor do fim do financiamento privado das eleições.

Temos uma experiência de pelo menos oito anos de financiamento exclusivamente público. Passamos por pelo menos três eleições e, no meu entendimento, a experiência fracassou.

Fracassou porque a ideia do financiamento público era garantir paridade de armas — que o desprovido de recursos tivesse a mesma condição de disputar a eleição de um grande milionário. Isso não ocorreu. Formou-se uma espécie de oligarquias partidárias que detêm o poder político e o da distribuição de recursos, concentrando cada vez mais recursos nas mãos de poucos.

O sistema político brasileiro não melhorou em decorrência disso. Um dos principais argumentos, que era o fim do caixa dois, não se concretizou. No meu entendimento, o caixa dois acabou fortalecido.

Não sei se a solução seria o retorno do financiamento privado ou de um financiamento semipúblico, como era anteriormente, com regras. Mas estou convencido de que o modelo adotado a partir da decisão do STF de 2016 fracassou.
Senador Randolfe Rodrigues (PT-AP)

Sakamoto: Diferente de Bolsonaro, Lula sempre foi transparente sobre saúde

A comunicação do Palácio do Planalto tem sido transparente após o acidente doméstico sofrido pelo presidente Lula (PT), também avaliou o colunista no programa — um cenário distinto do que ocorria quando o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) tinha assuntos de saúde para divulgar à sociedade.

Com a exceção do episódio do atentado que ele sofreu em 6 de setembro de 2018, aquela abominável facada que levou, depois disso, o presidente Jair Bolsonaro foi muito ruim em comunicação. Ele ia para os hospitais, não informava, fazia exames e só depois de um bom tempo as pessoas [sabiam]. A comunicação de saúde dele era horrível. Ele evitava ao máximo falar se tinha ou não contraído Covid, se fazia teste, se havia se vacinado.

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Depois, percebíamos que havia uma tentativa de instrumentalizar esses momentos médicos. Era comum que, quando ele sofria críticas ou quando havia uma denúncia contra ele, coincidentemente, ele ia fazer um exame. Essas coincidências foram se repetindo ao longo do mandato. Ele usava a saúde para seus interesses pessoais.
Leonardo Sakamoto

Veja à íntegra da análise:

Landim: Boulos usa tática similar a de Marçal para manter campanha acesa

O candidato à Prefeitura de São Paulo Guilherme Boulos (PSOL) está usando de táticas similares às de Pablo Marçal (PRTB) para "manter a chama da campanha acesa" até o final do segundo turno —um esforço "desesperado" para virar a liderança de Ricardo Nunes (MDB) nas últimas pesquisas, analisou a colunista Raquel Landim ontem.

O Nunes não só é candidato, mas é candidato à reeleição. Se o Boulos tem uma denúncia tão grave contra ele, deve apresentá-la o mais rápido possível, porque talvez seja necessário instaurar uma CPI para tirá-lo do cargo. Esse é o tipo de tática exaustivamente utilizado por Pablo Marçal. Ele não gosta da comparação, mas o que está fazendo no segundo turno para tentar manter a chama da campanha ativa é muito parecido.

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Foi mais grave o que o Marçal fazia, porque ele entrava direto nas fake news. Boulos não está disseminando uma mentira, mas essa expectativa de manter a chama acesa... está todo mundo muito cansado dessa campanha. Houve tanta agressividade e baixaria no primeiro turno que as pessoas cansaram. Ele está em uma tática meio desesperada de manter a atenção das pessoas ativa para tentar provocar uma virada.
Raquel Landim

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