Manifestantes se reúnem em SP, Rio e BH contra escala de trabalho 6x1

Centenas de manifestantes se reuniram em ao menos dez capitais do Brasil nesta sexta-feira (15), contra a escala de trabalho 6x1.

O que aconteceu

Os atos também têm o objetivo de pressionar deputados federais. Texto da PEC que quer extinguir escala 6x1 conseguiu as assinaturas necessárias para ser protocolado, mas há uma preocupação se ele vai avançar na Câmara. Outras nove propostas sobre redução de jornada já foram engavetas no Congresso.

O protesto foi convocado pelo movimento VAT (Vida Além do Trabalho), liderado por Rick Azevedo. A extinção da escala ganhou força nas redes sociais na última semana. Rick, vereador eleito pelo PSOL no Rio, criou uma petição online com mais de 2,9 milhões de assinaturas contra a atual escala de trabalho.

Em São Paulo, manifestantes ocuparam um lado da avenida Paulista. A concentração na via, que está aberta para pedestres e fechada para carros hoje, começou tímida, mas depois ganhou adesão. O UOL questionou a Polícia Militar sobre o número de pessoas no protesto, mas a corporação disse que não realiza "este tipo de levantamento".

Entre os manifestantes estavam integrantes de movimentos estudantis e da UP (Unidade Popular). Os participantes do ato usaram cartazes com frases "pelo fim da escravidão moderna" e "saúde mental é direito, não luxo".

A deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP) disse que é hora de "exigir mudança". "Vamos para cima deles. Vamos cobrar, vamos exigir mudança. Vamos exigir transformação em uma escala que não traz nenhum tipo de dignidade, respeito e qualidade de vida para classe trabalhadora", afirmou, em discurso na avenida Paulista.

Ato contra a jornada 6x1 em Belo Horizonte
Ato contra a jornada 6x1 em Belo Horizonte Imagem: Reprodução/Sindifes

No Rio, Rick Azevedo afirmou, em seu discurso, que a escala 6x1 é "escravocrata" e "desumana". O ato na Cinelândia reuniu lideranças do MST, como Eró Silva, e o deputado Alencar (PSOL-RJ). "Isso aqui é sobre a classe que mantém esse país", disse Rick.

Manifestantes também se reuniram em Belo Horizonte, Brasília, Recife, Fortaleza, Curitiba, Aracaju. Estudantes, grupos políticos ligados à esquerda e integrantes do movimento VAT participaram dos protestos.

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Integrantes de movimentos estudantis foram às ruas em Belém. Na capital paraense, o ato começou às 8h30 na praça do Operário, em São Brás. Um grupo de estudantes entrou em um shopping para protestar contra a escala 6x1.

Há atos previstos na parte da tarde. As cidades de Vitória e Porto Alegre convocaram manifestações contra a escala a partir das 14h.

PEC não foi protocolada

O texto da PEC engatinhava para receber apoio, mas conseguiu as assinaturas necessárias nesta semana. Ainda assim, a deputada federal Erika Hilton disse que não protocolou a proposta na Câmara, porque deve receber apoios de outros deputados.

O apelo em diferentes perfis pressionou deputados de diferentes espectros ideológicos a se posicionarem. A esquerda enxergou o tema como uma forma de se reconectar com a base, ponto criticado nos últimos dias após o resultado das eleições municipais.

Há críticas ao projeto como está redigido hoje. Deputados afirmam que para o texto avançar na Câmara será preciso defender a escala 5x2 ao invés da escala 4x3, como está previsto na proposta de Erika.

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