Em discurso de despedida, Lira diz que o dia é de Hugo Motta

Arthur Lira (PP-AL) fez um discurso de despedida como presidente da Câmara dos Deputados neste sábado (1), antes da eleição para a sua sucessão. Antecipou ainda que o futuro presidente da Casa será o deputado federal Hugo Motta (Republicanos-PB).

O que disse Lira

Lira chamou Motta de "futuro presidente" e disse que hoje "é dia de Hugo". Lira afirmou também que "união e convergência" permitiram acordo para Motta ser eleito presidente da Câmara. E falou que será uma "alegria" passar o "bastão" para Motta.

No discurso, Lira diz que encerra passagem pela Presidência da Câmara com "sensação de dever cumprido". "Encerro, portanto, este honroso capítulo de minha trajetória política com a sensação de dever cumprido e com o sentimento de que, nos últimos quatro anos, dediquei a esta Casa e ao Brasil, todo meu melhor, meu tempo, minha energia e meu coração", disse.

Lira também agradeceu os deputados pela sua reeleição como presidente da Casa, em 2023. "É chegado o momento de despedir, agradecer e prestar contas às senhoras e aos senhores. Presidi a Câmara dos Deputados por dois mandatos consecutivos, tendo recebido de minha reeleição, o voto de confiança de 464 parlamentares, é uma das maiores honras que a vida já me concedeu".

Toda essa união e convergência que nos permitem tantas entregas desembocaram agora na construção de um bloco de apoio ao futuro presidente Hugo Motta, que vivenciou de perto nossa gestão e saberá dar continuidade ao ritmo de produtividade que o país espera, com toda sua experiência, leveza, habilidade e abertura ao diálogo.

Bom trabalho, meu amigo Hugo Motta. É uma alegria passar o bastão para você. Depois de a costura fina que nos permitiu chegar ao nome de consenso, com ampla capacidade de aproximar opostos, estou certo de que seu sucesso e da futura Mesa Diretora é o sucesso do nosso Brasil.
Arthur Lira, em discurso de despedida do posto de presidente da Câmara

Leia a íntegra do discurso

Em uma última fala, como presidente da Casa, queria ter a oportunidade de saudá-los, verdadeiramente, como minhas amigas deputadas e meus amigos deputados.

É chegado o momento de despedir, agradecer e prestar contas às senhoras e aos senhores. Presidi a Câmara dos Deputados por dois mandatos consecutivos, tendo recebido, em minha reeleição, o voto de confiança de 464 parlamentares. É uma das maiores honras que a vida já me concedeu.

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Sou extremamente grato a todos os líderes partidários dos últimos quatro anos, cuja dedicação, apoio e disposição em dialogar nos permitiu entregar ao país, reformas estruturantes históricas e complexas, mas absolutamente imprescindíveis para modernizar o Brasil e pavimentar o caminho do desenvolvimento e do progresso.

Minha enorme gratidão a cada uma das deputadas e dos deputados pelo trabalho incansável, muitas vezes ao longo das madrugadas, pela confiança depositada em nossa forma de condução, pela atuação a favor do país e pela autêntica representação da sociedade da forma como ela é: plural, diversa e miscigenada. Meu especial agradecimento também a todo corpo técnico da Casa, servidores e colaboradores que prestam um serviço de alta qualidade a nós, deputados.

Encerro essa jornada de quatro anos à frente da Câmara dos Deputados com a convicção de que a política não pode ser feita de costas para o povo, ela precisa ter sentido, proposta e resultado. Essa nossa presidência foi sobre isso: entregar, deixar um legado para o país, produzir avanços legislativos imprescindíveis que o Brasil aguardava há décadas, impactar positivamente a vida das pessoas, dos que mais precisam, daqueles que compreendem e geram emprego e renda. Sinto um imenso orgulho da agenda positiva e dos profundos avanços, que, junto de muito diálogo e convergência, estamos deixando ao país, mesmo em um contexto de polarização social e política.

Durante a pandemia da covid-19, esta Casa fez presente e tomou medidas rápidas e eficazes para garantir o suporte econômico e social de milhões de brasileiros. Asseguramos a compra e distribuição de vacinas, viabilizamos o auxílio para quem perdeu sua fonte de renda e estruturamos resposta para a maior crise sanitária do nosso século.

Aprovamos a autonomia do Banco Central, protegendo nossa política monetária de interferências políticas momentâneas. Viabilizamos a PEC da Transição, garantindo a continuidade de programas sociais, como o Bolsa Família e o Auxílio Gás.

Após mais de três décadas de espera, destravamos a Reforma Tributária, simplificando o sistema e promovendo um ambiente econômico moderno, eficiente e competitivo. Trabalhamos todos juntos pelo desenvolvimento e modernização do Brasil, aprovando marcos regulatórios fundamentais para infraestrutura, saneamento e transporte, além de consolidarmos uma agenda sustentável, que prepara o país para liderar a transição energética global. Criamos condições para o fortalecimento do empreendedorismo, estimulamos a inovação e demos passos importantes na construção de um país mais digital e conectado.

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Ao longo desses quatro anos, também dedicamos atenção especial às pautas sociais e de representatividade. Aprovamos leis fundamentais para mulheres, garantindo igualdade salarial, proteção contra violência e mais presença feminina na segurança pública. Criamos a bancada negra, reconhecendo a diversidade de nossa sociedade. Promovendo justiça histórica, asseguramos a liberdade e pluralidade religiosa, espelhando, no Plenário, o retrato de um Brasil que, rapidamente, se transformou nesse aspecto.

Mobilizamos para apoiar os estados atingidos por tragédias ambientais, demonstrando que essa Casa sabe agir quando o povo mais precisa. Os desafios desse período, e de nossa gestão, foram muitos, e não se limitaram ao plano legislativo, onde conquistamos entregas históricas e inegáveis. Buscamos defender, de forma intransigente, o modelo de separação entre os poderes traçados em nossa Constituição, que fala em autonomia e independência, sem jamais permitir sobreposição de um ao outro.

Defendi, de forma incansável, o respeito às prerrogativas parlamentares, que são garantias previstas pela Constituição, como pressuposto necessário a existência de um parlamento livre, sem o qual não há democracia. Defendemos, com toda convicção, a participação ativa do poder legislativo na confecção da peça orçamentária, considerada a pluralidade natural de ambas as casas e o profundo conhecimento que cada parlamentar carrega de todos os cantos do nosso gigante país.

Encerro, portanto, este honroso capítulo de minha trajetória política com a sensação de dever cumprido e com o sentimento de que, nos últimos quatro anos, dediquei a esta Casa e ao Brasil, todo meu melhor, meu tempo, minha energia e meu coração. Busquei deixar como marcas, de minha presidência, o cumprimento intransigente, de acordos firmados, o diálogo incessante e a busca incansável por convergência. Só por isso conseguimos avançar tanto.

Não cheguei aqui sozinho e não saio daqui sozinho. Com toda essa união e convergência que nos permitem tantas entregas, desembocaram agora na construção de um bloco de apoio ao futuro presidente Hugo Motta, que vivenciou de perto nossa gestão e saberá dar continuidade ao ritmo de produtividade que o país espera, com toda sua experiência, leveza, habilidade e abertura ao diálogo. Bom trabalho, meu amigo Hugo Motta. É uma alegria passar o bastão para você. Depois de a costura fina que nos permitiu chegar ao nome de consenso, com ampla capacidade de aproximar opostos, estou certo de que seu sucesso e da futura Mesa Diretora, é o sucesso do nosso Brasil.

Estarei ao lado de cada um de vocês, no bom debate. Seguirei como soldado do Parlamento, representando não somente os mais de 220 mil alagoanos que confiaram a mim essa missão, mas, também, toda população de brasileiros, a quem servi com muito amor, honra e espírito público.

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Termino essa fala rápida, neste dia, que é dia de Hugo e da nova Mesa Diretora, com conselhos de um grande político que sempre me inspirou, para minha imensa dor, pela primeira vez não se faz fisicamente presente em um importante momento na minha vida: o meu pai, senador Benedito Lira. Certa vez, ele foi à tribuna do Senado Federal e fez o seguinte apelo, que é muito atual: 'Devemos protagonizar a educação pelo exemplo. Devemos mostrar à sociedade brasileira que, a despeito de nossas bandeiras partidárias, somos adeptos do diálogo sincero, sensato e cortês. Devemos demonstrar que somos capazes de entabular uma dialética honrada e honrosa, respeitável e respeitosa, na construção do nosso futuro e na busca incessante de soluções para quaisquer crises'.

Sigamos dialogando, de modo sincero, sensato e cortês, que através de uma dialética honrada e honrosa, possamos construir o Brasil do futuro, do progresso, da prosperidade e da Justiça. Hugo, ao trabalho. O Brasil, mais do que nunca, tem pressa.

4 comentários

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Elinelson da Silva

E vamos passar mais um período na sombra e nossos bolsos sendo usurpados.

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Vera Lucia Medeiros

Troca de um porco por outro

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Teobaldo Alberto Wilsmann

Políticos do Sul e Sudoeste só figurativos.

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