Coronavírus: pandemia 'pode terminar em até dois anos', diz diretor da OMS
O diretor da OMS (Organização Mundial da Saúde) afirmou esperar que a pandemia do coronavírus chegue ao fim em menos de dois anos.
Falando em Genebra, Tedros Adhanom Ghebreyesus afirmou que a gripe de 1918, que ficou conhecida como gripe espanhola e matou 50 milhões de pessoas em todo o mundo, foi superada em dois anos. Ele acrescentou, no entanto, que os avanços atuais da tecnologia podem permitir que o mundo acabe com o vírus em "um tempo mais curto".
"Claro que com mais conectividade o vírus tem mais chances de se espalhar", afirmou. "Mas ao mesmo tempo nós também temos tecnologia para detê-lo, e o conhecimento para isso", ele afirmou, destacando a importância de "união nacional e solidariedade global".
O coronavírus, até agora, matou quase 800 mil pessoas e infectou 23 milhões.
O professor Sir Mark Walport, membro do grupo de aconselhamento científico para emergências (Sage, na sigla em inglês) disse neste sábado que a covid-19 "vai ficar conosco para sempre, de uma maneira ou de outra". "Então, um pouco como a gripe, as pessoas precisarão se revacinar em períodos regulares", afirmou à BBC.
Corrupção 'inaceitável' na pandemia
Em Genebra, Tedros disse ainda que a corrupção ligada aos estoques de equipamentos individuais de proteção (EPI) durante a pandemia foi "inaceitável", descrevendo-a como "assassinato".
"Se trabalhadores de saúde trabalham sem EPI, estamos arriscando as vidas deles. E isso também coloca em risco a vida daqueles a quem eles servem", ele acrescentou, respondendo a uma pergunta.
Embora a questão se referisse a alegações de corrupção na África do Sul, muitos outros países enfrentaram questões similares. No Brasil, por exemplo, desde abril 42 operações contra a corrupção envolvendo dinheiro público para a resposta à doença já cumpriram 604 mandados de busca e apreensão, e ao menos 46 pessoas suspeitas de envolvimento foram detidas.
Na sexta-feira, protestos ocorreram em Nairóbi contra suposta corrupção durante a pandemia, enquanto médicos de um grande número de hospitais públicos entraram em greve contra salários atrasados e falta de equipamento de proteção.
No mesmo dia, o diretor de programas de emergências da OMS alertou que a escala do surto de coronavírus no México estava "claramente subnotificada".
Mike Ryan afirmou que o equivalente a três pessoas a cada 100 mil estão sendo testadas no México, em comparação a cerca de 150 a cada 100 mil nos Estados Unidos.
O México registra o terceiro maior número de mortes no mundo, com quase 60 mil óbitos registrados desde que a pandemia começou, de acordo com a universidade Johns Hopkins.
Nos Estados Unidos, o candidato democrata à presidência Joe Biden prometeu tornar o uso da máscara obrigatório se eleito, e atacou a condução da pandemia pelo presidente Donald Trump.
"Nosso presidente atual falhou em seu dever mais básico com a nação. Ele falhou em nos proteger. Falhou em proteger a América", afirmou Biden.
Mais de 1 mil mortes por covid-19 foram anunciadas na sexta-feira nos Estados Unidos, levando o total de óbitos a 173,490 mil.
O que está acontecendo em outras regiões?
Na sexta, alguns países anunciaram seus picos de casos de covid-19 em meses.
Na Coreia do Sul foram registrados 324 casos novos - o maior total diário desde março.
Assim como na semana anterior, as novas infecções têm sido relacionadas, a igrejas, museus, casas noturnas e bares de karaokê que agora foram fechados na região da capital, Seul.
Alguns países europeus também continuam a registrar aumentos. A Polônia e a Eslováquia anunciaram novo recorde diário de infecções nesta sexta, com 903 casos e 123 casos respectivamente, enquanto Espanha e França têm registrado aumento dramático nos últimos dias.
No Líbano, foi adotado um lockdown parcial de duas semanas depois que o país registrou o número mais alto de casos desde que a pandemia começou. As infecções dobraram desde que uma explosão devastadora na capital Beirute deixou mais de 178 mortos e milhares de feridos no dia 4 de agosto.
O desastre deixou 300 mil pessoas desabrigadas e causou uma pressão intensa no atendimento médico do país.
Na África, a média diária de casos de coronavírus caiu na semana passada, no que o chefe do centro africado de controle e prevenção de doenças, John Nkengasong, interpretou como um "sinal de esperança". A média do continente em um dia caiu para 10,300 mil na semana passada, ante 11 mil na semana anterior.
O Brasil registrou 1.054 mortes e 30.355 casos novos de covid-19 nas últimas 24 horas, segundo o boletim do Conselho Nacional de Secretários da Saúde (Conass) de sexta-feira (21/08).
Com isso, o país chegou a 113.358 óbitos e 3.532.330 infecções causadas pelo novo coronavírus desde o início da pandemia.
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