Cuba inicia nova fase de testes com vacina que desenvolve contra covid-19
Cuba deu iníciou ontem a uma nova fase de testes clínicos da Soberana 02, a mais avançada de suas quatro vacinas em desenvolvimento contra a covid-19 e que conta com o Irã como parceiro de projeto.
No estudo "Fase II b", que avaliará a resposta imunológica, segurança e "reatogenicidade" da vacina, serão aplicadas doses - estão previstas duas por pessoa - em cerca de 900 voluntários de 19 a 80 anos em duas semanas em dois centros médicos de Havana, informaram as autoridades de saúde do país caribenho.
A fase III, de acordo com a epidemiologista María Eugenia Toledo, do instituto estatal Pedro Kourí, "alcançará um número maior de pessoas, aproximadamente 150.000 pessoas, em lugares e grupos de muito alto risco, a fim de beneficiar e avaliar a eficácia clínica desta candidata".
No dia 9, o Instituto Finlay de Vacinas (IFV) de Cuba assinou um acordo com o Instituto Pasteur do Irã para trabalhar em conjunto nos ensaios clínicos da "Soberana 02". Se a fase II for concluída com sucesso, a fase III do ensaio ocorrerá no país asiático, onde a prevalência do vírus é três vezes maior do que em Cuba.
Até agora, as primeiras fases pré-clínicas e clínicas foram concluídas com sucesso, envolvendo um total de 140 cubanos, e nenhum efeito adverso foi relatado.
A "Soberana 02", uma vacina que combina o antígeno do vírus e o toxoide tetânico, vem sendo testada desde 19 de outubro.
Além deste projeto, o país caribenho tem três outras vacinas em fases anteriores de pesquisa: "Soberana 01", também do IFV, "Abdala" (intramuscular) e "Mambisa" (intranasal). As duas últimas são desenvolvidas pelo Centro de Engenharia Genética e Biotecnologia do país (CIGB).
Cuba, que registrou 18.443 contágios e 173 mortes por covid-19 desde o início da pandemia, possui uma indústria biotecnológica e farmacêutica que atualmente produz oito vacinas contra doenças como meningite, câncer de pulmão (terapêutico) e tumores sólidos, entre outras.
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