Manifestação no Rio reúne cerca de 400 profissionais contra o Mais Médicos
Cerca de 400 profissionais de saúde participaram na manhã desta terça-feira (30) de ato no centro do Rio de Janeiro contra o Mais Médicos, programa do governo federal que autoriza a contratação de profissionais estrangeiros na rede pública. Para marcar a paralisação, convocada por entidades nacionais, os médicos começaram o dia doando sangue no HemoRio e, em seguida, se reuniram em frente ao Hospital Municipal Souza Aguiar.
No início da tarde, os médicos caminharam até a sede da prefeitura, na Cidade Nova. Durante o trajeto, eles ocuparam duas faixas da pista central da avenida Presidente Vargas, no sentido zona norte. Eles encerraram o ato em frente à sede do governo municipal.
Segundo os organizadores do movimento, apenas o atendimento de urgência e emergência foi mantido. Contudo, até o início da tarde, não havia um balanço dos organizadores sobre o tamanho da adesão no Estado.
A presidente do Cremerj (Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio de Janeiro), Marcia Rosa de Araújo, criticou o programa do governo federal. “O Mais Médicos é uma medida absurda. Os médicos brasileiros não vão para o interior porque não têm condições de trabalho. Quando há um bom salário, o médico é contratado como temporário, sem a certeza de que vai ficar mais de seis meses ou um ano. Não tem uma carreira para seguir”, disse.
Ela criticou ainda a posição do governo em obrigar os estudantes de universidades federais a trabalharem dois anos no SUS. “Isso está sendo criado nos gabinetes dos ministérios, sem consulta às entidades médicas. Não há diálogo”, declarou.
As secretarias municipal e estadual de Saúde não informaram até o fechamento desta reportagem se o atendimento foi prejudicado com a paralisação. O núcleo do Ministério da Saúde no Rio informou que o atendimento na rede federal de hospitais não foi afetado.
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