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Segundo teste confirma que enfermeira espanhola está livre do ebola

A enfermeira espanhola Teresa Romero, em foto cuja data não foi informada, acaricia o cão Excalibur, que foi sacrificado - Arquivo pessoal
A enfermeira espanhola Teresa Romero, em foto cuja data não foi informada, acaricia o cão Excalibur, que foi sacrificado Imagem: Arquivo pessoal

Do UOL, em São Paulo

21/10/2014 13h08Atualizada em 21/10/2014 14h29

O segundo exame de sangue da auxiliar de enfermagem Teresa Romero deu resultado negativo para o vírus ebola. A confirmação mostra que a espanhola está livre da doença e que deve deixar a área de isolamento do Hospital Carlos 3º, em Madri, onde permanece 15 dias isolada, informou o jornal “El País”.

"Foram cumpridos os critérios de cura do vírus ebola estabelecidos pela Organização Mundial da Saúde", declarou José Ramón Arribas, chefe da Unidade de Doenças Infecciosas do Hospital Carlos 3º. Ela está "completamente curada", disse.

Romero foi a primeira pessoa a contrair o vírus fora da Europa ao cuidar de dois pacientes com a doença, vindos da África ocidental, onde há epidemia. Um deles era o padre Manuel García-Miguel Pajares Viejo, que morreu.

Romero já havia feito um primeiro teste cujo resultado havia sido negativo.

A confirmação de que já não carrega o vírus pode diminuir as medidas de segurança instaladas no hospital madrileno, onde ela e mais 15 pessoas permanecem sob observação em uma área de isolamento.

Médicos teriam dito aos familiares da auxiliar que ela não deve sofrer sequelas, pois “é forte e jovem”, embora tenha sofrido danos em alguns órgãos, especialmente nos pulmões.

Seus familiares disseram, ainda, que a jovem chegou a pensar que não viveria por muito tempo. "Houve um momento que ela pensou que estava morrendo."

Para derrotar o vírus, o auxiliar de enfermagem recebeu dois tratamentos experimentais de forma simultânea (o plasma de um paciente que superou a doença e um antiviral), mas não se sabe o que realmente a fez sobreviver.

O vírus tem mortalidade de 70%, e atinge principalmente a Guiné, Serra Leoa e Libéria, países onde há epidemia, com registros de mais de 9.000 casos e mais de 4.500 mortes.

Cão foi sacrificado

Depois de confirmado o diagnóstico, o marido Javier Romero e o cão do casal, Excalibur, foram retirados de sua casa. O marido teve de permanecer em quarentena, enquanto o cão foi levado para ser sacrificado. As medidas visaram a evitar que outras pessoas fossem contaminadas com o ebola.

O anúncio da eutanásia canina causou comoção na Espanha e Javier criou uma campanha que ganhou as redes sociais. Nomeada #salvemosaExcalibur - "Vamos salvar Excalibur", em tradução livre -, a campanha atraiu pessoas de vários países, que tiravam fotos de seus cachorros ao lado de cartazes com a hashtag, na tentativa de impedir o sacrifício. Mesmo assim, o cão foi morto.