Infectologista: morte por coronavírus não deve gerar pânico, mas precaução
Resumo da notícia
- Para especialistas, morte era esperada, mas precisa ser vista em comparação com outras doenças
- Atraso na realização de testes gera questionamento de números oficiais divulgados
- Momento pede atenção redobrada com medidas de prevenção e higiene
A confirmação da primeira morte no Brasil causada pelo novo coronavírus já era esperada na avaliação de infectologistas ouvidos pelo UOL. A confirmação, feita hoje pela Secretária do Estado de Saúde de São Paulo, porém, não deve ser motivo para pânico da população, mas para precaução.
"A tendência é de que, ao longo dos próximos meses, tenhamos centenas de mortes no Brasil", estima Fernando Bellissimo Rodrigues, médico infectologista e professor da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da USP (Universidade de São Paulo).
Em sua análise, Bellissimo pondera que é importante "colocar as coisas em perspectiva", comparando, por exemplo, mortes em decorrência de outras infecções, como a influenza. Foram mais de 1.100 em 2019.
"Pessoas morrem todos os dias, de variadas doenças. Essa é mais uma que nós vamos enfrentar com todas as medidas que tivermos disponíveis", afirma.
Professora da Unifesp (Universidade Federal do Estado de São Paulo) e consultora da Sociedade Brasileira de Infectologia, Nancy Bellei diz que é difícil saber se os números divulgados pelos órgãos de saúde do país correspondem à realidade.
"Eventualmente, pode ter tido alguma morte por pneumonia que até pensaram que era de outra causa e que não tenham pensado no diagnóstico [de coronavírus]. Isso pode ter acontecido", pontua. "A gente não tinha vigilância de pneumonia grave."
Bellei pontua que, no País, não eram realizados testes "para ver se o vírus estava circulando sem as pessoas saberem".
Hoje, para Bellissimo, "evitar o aumento no número de casos não é uma meta factível". "Nesse momento, a meta é atenuar a velocidade de incremento da doença." De acordo com os últimos dados oficiais do Ministério da Saúde, o país tem ao menos 234 casos de infecção pela covid-19.
O infectologista diz que o momento é de preocupação, não de pânico. Por isso, é importante, neste momento, seguir medidas de prevenção.
"Orientar no sentido de melhorar a higiene pessoal, de usar o álcool, ter cuidado de cobrir a tosse com o braço, evitar aglomerações", comenta Bellissimo. "A higiene das mãos não previne só coronavírus: previne gripe, diarreia, previne resfriado. É uma medida básica de higiene que deve ser reforçada neste momento."
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