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CEO do Sírio aponta diferença entre Itália e Brasil na luta contra covid-19

Divulgação/Sírio Libanês
Imagem: Divulgação/Sírio Libanês

Do UOL, em São Paulo

25/03/2020 23h23

Em debate promovido hoje pela XP investimentos, o diretor-geral do Hospital Sírio Libanês, Paulo Chapchap, afirmou que comparar os efeitos da covid-19 no Brasil e em outros países sem levar em conta o contexto social brasileiro é um erro:

"Quando a gente diz que nossa população não é tão idosa em comparação com da Itália, é preciso lembrar que nós temos uma população em situação de dificuldade sanitária muito grande. Não existe isolamento domiciliar para essa situação. Tirar do contexto social em que nós estamos é um erro que nós não podemos cometer", argumentou o médico.

Em pronunciamento feito ontem, o presidente Jair Bolsonaro apontou justamente a grande porcentagem de idosos no país europeu para argumentar que a pandemia não atinge o Brasil de forma tão grave: "Espalharam exatamente a sensação de pavor, tendo como carro chefe o anúncio de um grande número de vítimas na Itália, um país com grande número de idosos e com um clima totalmente diferente do nosso."

A conversa, que foi realizada por vídeoconferência e transmitida ao vivo, também contou com nomes como Pedro Parente, ex-presidente da Petrobras e ex-ministro das gestões FHC, José Galló, presidente do Conselho de Administração da Renner e o ex-governador do Espírito Santo, Paulo Hartung.

Durante o debate sobre os desafios da gestão de crise, Paulo Chapchap também comentou que a discussão sobre se a quarentena deve funcionar para todos os brasileiros ou somente para os que estão em grupos de risco para o novo coronavírus é "artificial":

"É claro que não é todo mundo que vai parar, senão ninguém come e as pessoas morrem rapidamente de outras condições. Temos que deixar funcionar sim, como está funcionando, priorizando serviços essenciais. Mas não tem nenhum sentido você deixar estruturas que são não essenciais funcionando, senão você vai ter uma curva de contaminação muito íngreme e vai esgotar o sistema de saúde."