'Espanha de agora era para ser Brasil no futuro', diz biólogo no Roda Viva
Convidado da noite de hoje no Roda Viva, o biólogo e pesquisador Atila Iamarino defendeu que o Brasil mantenha o isolamento para não chegar ao ponto em que chegou a Espanha, hoje o segundo país com maior número de mortos em decorrência do novo coronavírus. Segundo ele, as medidas de quarentena aplicadas pela maioria dos governadores nos estados contribuiu para que a disseminação do contágio diminuísse a tempo.
"Apesar de não ter testes aqui, o Brasil começou com crescimento relativamente igual ao da Espanha, com o número de casos dobrando a cada três dias, o que acontece quando você tem mais de um centro epidêmico no país", disse ele.
Como os casos na Espanha tiveram início antes, diz o pesquisador, é possível vislumbrar qual seria o futuro do país caso o isolamento não tivesse sido aplicado por alguns estados.
"Só que a gente entrou no ciclo de infecções duas semanas ou três depois da Espanha. Então, a Espanha de agora é o futuro para onde o Brasil estava rumando se não tomasse as medidas que tomou há uma semana, duas. Se chegar em abril e a gente não tiver chegado na situação da Espanha, de ter leito faltando em hospital, ter que colocar corpo em necrotério e câmara refrigerada, ter os velhinhos morrendo em casa, é resultado da ação direta de ter parado agora", defendeu.
O pesquisador já havia deixado claro, no início do programa, se tratar de uma ação tomada "pela maioria dos estados".
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