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Infectologista da força-tarefa de Trump quer ordem federal sobre quarentena

O dr. Anthony Fauci - Reprodução/CNN
O dr. Anthony Fauci Imagem: Reprodução/CNN

Do UOL, em São Paulo

02/04/2020 22h10

O infectologista Anthony Fauci, diretor do Instituto Nacional de Alergia e Doenças Infecciosas, disse hoje em entrevista para a CNN que o cenário ideal seria uma ordem federal para deixar os Estados Unidos em quarentena.

Fauci disse que acredita que deve haver uma ordem de permanência em casa ordenada pelo governo federal, algo que o presidente Donald Trump tem adiado fazer.

"Eu não entendo por que isso não está acontecendo. A tensão entre direitos federais e estaduais de fazer o que eles querem é algo que eu não quero entrar. Mas se você olhar para o que está acontecendo nisso, eu não entendo por que não estamos fazendo isso. Realmente deveríamos fazer", disse Fauci.

Os casos confirmados de coronavírus nos EUA passaram os 242 mil e mais de 5,6 mortos.

A força tarefa da Casa Branca para a pandemia estima que entre 100 e 240 mil pessoas possam morrer, mesmo se a ordem de quarentena obrigatória for respeitada.

Trump disse ontem que não planeja emitir tal ordem porque cada estado tem seu nível de casos de coronavírus.

"Os estados são diferentes e entendo que o governador da Flórida [Ron DeSantis] emitiu [uma ordem da quarentena] hoje e isso é bom, isso é ótimo. Mas existem alguns estados que são diferentes. Existem alguns estados que não têm muitos problemas", disse Trump.

Países tropicais

Na entrevista para a CNN, Fauci ainda falou que vírus transmitidos pela respiração tendem a diminuir a força em países mais quentes, como o Brasil, mas alertou que isso não é uma garantia.

"Mas isso não garante que isso não, aconteça porque temos [com muitos casos] partes de nosso próprio país - você sabe, na Flórida, onde o tempo está quente. A Flórida é agora o que Washington, DC, será em alguns meses. Então não podemos contar com isso."

Por fim, o infectologista diz que o isolamento social deve ser mantido para que a pandemia seja contida.

"Acho que haverá algum efeito [no calor]. Acho que quando o país entrar no verão, obteremos algum efeito positivo. Mas não podemos confiar que esse seja o mecanismo que teremos. Nós apenas temos que assumir que isso não bastará e ainda continuar a pressionar o distanciamento social."