Comissão de Direitos Humanos pede à ONU e OMS providências contra Bolsonaro
O presidente e os vice-presidentes da Comissão de Direitos Humanos da Câmara enviaram uma carta a organismos internacionais para denunciar a condução de Jair Bolsonaro (sem partido) frente à crise do novo coronavírus e cobrar providências.
O documento foi enviado hoje (06) para o diretor-geral da OMS (Organização Mundial da Saúde), Tedros Adhanom Ghebreyesus, para a Alta Comissária das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Michelle Bachelet, para o presidente da CIDH (Comissão Interamericana de Direitos Humanos), Joel Hernández García.
O documento é assinado pelo presidente da comissão, Helder Salomão (PT-ES), e os vices: Padre João (PT-MG), Túlio Gadelha (PDT-PE), Camilo Capiberibe (PSB-AP).
No entendimento do presidente do colegiado, o Bolsonaro desrespeita as recomendações das autoridades sanitárias nacionais e internacionais.
"O presidente está cometendo crime contra a saúde pública, flertando com o risco de genocídio e colocando em risco a vida de milhões de brasileiros", disse Salomão ao UOL.
O ofício lista as declarações de Bolsonaro que minimizaram a pandemia, quando a classificou de "fantasia", demora nas ações econômicas e críticas ao isolamento. O documento lembra que Bolsonaro incentivou e participou de manifestações pró-governo no início de março.
Aos organismos internacionais, os deputados lembram que Bolsonaro é alvo de cinco petições que foram entregues ao STF (Supremo Tribunal Federal) apontando crimes contra a saúde e perigo à vida.
"Nós esperamos uma recomendação dura ao governo brasileiro. Se a recomendação não for acatada, que haja sanções", afirmou Salomão.
Atritos de Bolsonaro
Parte dos integrantes dos organismos internacionais que foram notificados pela Comissão de Direitos Humanos, já tiveram atritos com Bolsonaro.
Em setembro, Bolsonaro atacou o pai da ex-presidente do Chile, Michelle Bachelet, que foi preso e torturado pela ditadura daquele país.
Já o diretor-geral da OMS teve falas tiradas de contexto pelo presidente brasileiro. Bolsonaro disse que Tedros Adhanon orientou a população a não adotar medidas de isolamento, o que não é verdade. Adhanon rebateu Bolsonaro.
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