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Cotado para Saúde, Lottenberg defende isolamento social 'mais inteligente'

Para o oftalmologista, a política de isolamento social deve considerar fatores regionais - Karime Xavier/Folhapress
Para o oftalmologista, a política de isolamento social deve considerar fatores regionais Imagem: Karime Xavier/Folhapress

Do UOL, em São Paulo

16/04/2020 10h28

Um dos cotados para substituir o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, na pasta, Claudio Lottenberg, presidente do Conselho Deliberativo do Hospital Albert Einstein, disse hoje, em entrevista ao jornal O Globo, que "há formas mais inteligentes de se fazer o isolamento social".

"Todo mundo quer salvar vidas e quer a economia funcionando. Se partirmos desse princípio vamos encontrar alternativas. Se ficar debatendo isolamento ou não isolamento não vamos chegar lá", argumentou.

Para o oftalmologista, a política de isolamento social deve considerar fatores regionais.

"O Brasil tem alguns Brasis. Tem regiões onde teria que ser mais radical o isolamento e outras em que talvez pudesse ter um isolamento mais verticalizado, com maior flexibilidade", disse.

Ele cita uma conversa que teve com um professor, que não tem seu nome revelado, sobre uma alternativa ao isolamento total.

"Conversei hoje com um professor de Israel que sugere um isolamento em que as pessoas alternam períodos de isolamento com períodos de trabalho. São quatro dias de trabalho e seis de isolamento", contou.

Perguntado se teve alguma conversa com Bolsonaro para assumir o posto de Mandetta, Lottenberg negou, dizendo que foi procurado apenas por pessoas de fora da cúpula do governo.

"Recebi telefonemas de deputados, de pessoas que assessoram políticos e amigos médicos. Formalmente de alguém que possa estar falando em nome do presidente eu não recebi nenhuma sondagem ou convite", disse.

Lottenberg diz que poderá considerar um eventual convite de Bolsonaro para assumir o Ministério da Saúde, desde que sua convocação seja de "natureza técnica".

"Se tiver política, eu não sou a pessoa", disse.

"Já chega, né?"

Na noite de ontem, Mandetta deu entrevista ao site da revista Veja admitindo que está de saída do Ministério da Saúde.

"Você conversa hoje, a pessoa entende, diz que concorda, depois muda de ideia e fala tudo diferente. Você vai, conversa, parece que está tudo acertado e, em seguida, o camarada muda o discurso de novo. Já chega, né? Já ajudamos bastante", disse.

Bolsonaro já tem se reunido com nomes para substituir Mandetta. Além de Lottenberg, Nelson Teich, fundador do grupo COI (Clínicas Oncológicas Integradas), é um dos principais nomes da lista.