Exames em mortos por síndrome respiratória fazem covid-19 explodir em PE
Resumo da notícia
- Governo de Pernambuco montou força-tarefa para coletar sangue de todas pessoas mortas por SRAG (Síndrome Respiratória Aguda Grave)
- Das 115 mortes por covid-19 no estado, até o dia 14 de abril, 41 tiveram a confirmação da doença com atraso
- Ainda existem cerca de 50 óbitos por SRAG em investigação à espera de resultado
- Pernambuco informou que, até ontem, foram confirmados 2.006 diagnósticos da covid-19, com 186 mortes em decorrência do novo coronavírus
Uma força-tarefa montada pelo governo de Pernambuco está fazendo coleta de sangue em todas pessoas mortas por SRAG (Síndrome Respiratória Aguda Grave), mesmo em casos sem suspeita inicial de covid-19. A ação revelou que muitos óbitos que não tiveram diagnóstico ou suspeitas da doença em vida deram resultado positivo para o novo coronavírus.
Até a terça-feira (14), segundo informou a Secretaria de Saúde de Pernambuco, das 115 mortes atestadas por covid-19 no estado, 41 tiveram a confirmação da doença com atraso. Ainda segundo a secretaria, existem cerca de 50 óbitos por SRAG em investigação à espera de resultado.
"Nossa Vigilância Epidemiológica fez uma série de preparativos para, quando chegássemos a ter confirmação de ocorrência de óbitos, fizemos uma busca ativa. Estamos em parceria com as secretarias municipais, com IML [Instituto Médico Legal], Samu, todas as estruturas de saúde, para que todo caso que tenha como indicação clínica a SRAG seja adequadamente investigada", afirma o secretário de Saúde do estado, André Longo.
A rotina em Pernambuco tem sido de elevação do número de casos de coronavírus, com base em mortes passadas. No boletim divulgado na quinta-feira (16), das 17 novas mortes anunciadas, 11 ocorreram até o dia 10, ou seja, seis dias antes do documento divulgado.
Os dados chamam a atenção quando comparados com os de registros de óbito, que apontam, até o dia 14 de abril, 54 mortes por causa indicada de covid-19 ou suspeita. Como a declaração é feita no momento da morte, se ainda não tiver indicação para a doença, não há citação no documento. Isso, em tese, ajuda a explicar o fato de esse número ser menor do que as 115 mortes posteriormente atestadas como motivadas pelo coronavírus.
Vigilância ativa
No estado, a secretaria orientou os profissionais a não registrarem no atestado de óbito a causa da morte, quando houver dúvida. "Deve ser colocado o sindrômico: SRAG a esclarecer ou a investigar", diz Longo.
"Alguns médicos colocaram sem haver confirmação, o que gerou muita polêmica. O que nós orientamos é que não se perca a oportunidade de fazer a coleta através do sangue. Esse é o procedimento da rede pública, e deve ser assim na rede privada", acrescenta o secretário de Saúde.
Pernambuco informou que, até ontem, foram confirmados 2.006 diagnósticos da covid-19, com 186 mortes em decorrência do novo coronavírus. É o terceiro estado com mais mortes, atrás de São Paulo (928) e Rio de Janeiro (341), de acordo com boletim de ontem do Ministério da Saúde. A doença já vitimou 2.141 pessoas no Brasil.
Essa posição no ranking pode ser explicada pelo trabalho de investigação das mortes. "Tem estados com centenas de casos em investigação, pessoas estão sendo enterradas sem que haja coleta adequada. Aqui há um esforço coordenado, todas as secretarias estão envolvidas", explica Longo.
Pernambuco, ao contrário da maioria dos estados e do próprio Ministério da Saúde, tem apresentado dados detalhados de casos de covid-19, o que fez o estado ser o único classificado como nível "alto" de transparência de boletins do país, segundo a fundação Open Knowledge.
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