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Em duas semanas, mortes pelo novo coronavírus em SP quase triplicam

7.abr.2020 - Rita de Souza, integrante da associação de moradores de Paraisópolis (zona sul de São Paulo), volta para casa após entregar comida a moradores mais pobres da comunidade, em necessidade por causa da pandemia do novo coronavírus - Fernando Bizerra/EFE
7.abr.2020 - Rita de Souza, integrante da associação de moradores de Paraisópolis (zona sul de São Paulo), volta para casa após entregar comida a moradores mais pobres da comunidade, em necessidade por causa da pandemia do novo coronavírus Imagem: Fernando Bizerra/EFE

Alex Tajra

Do UOL, em São Paulo

21/04/2020 17h29Atualizada em 21/04/2020 18h42

Em 15 dias, o número de vítimas do novo coronavírus no estado de São Paulo quase triplicou. Hoje, segundo o balanço da secretaria de Saúde, foram registrados ao todo 1.093 mortes decorrentes da covid-19. No dia 7 de abril, este número era de 371 vítimas. Ainda de acordo com as informações mais recentes, há 15.385 casos confirmados da doença no estado, espalhados em 239 cidades.

Ainda de acordo com a secretaria, houve 170% de aumento no número e casos confirmados nestes 15 dias. O número de cidades que registram a doença também aumentou consideravelmente; até o dia 7, eram 121 municípios. Entre suspeitos e confirmados, seis mil pessoas estão internadas em leitos do estado, que não especificou quantas elas estão sob tratamento intensivo.

Ontem, em entrevista ao UOL, o vice-governador de São Paulo, Rodrigo Garcia (DEM), afirmou que qualquer movimentação no sentido de afrouxar a quarentena só será tomada a partir do dia 10 de maio — data em que termina o prazo da segunda prorrogação da quarentena devido à pandemia da covid-19.

"A questão é muito mais olhar a curva da epidemia, saber onde ela está terminando e onde está começando e, a partir daí, decidir por onde abre. Comércio de rua deve ser aberto antes do que academia ou shopping. Mas tudo é análise, sem nenhuma definição. Quem vai nortear onde e quando abrir é o Centro de Contingência", disse o vice-governador.

Segundo Garcia, o governo tem organizado reuniões sobre o tema com os secretários da Fazenda, Henrique Meirelles, e de Desenvolvimento Econômico, Patrícia Ellen. A partir desses encontros, definiu que irá dividir as atividades econômicas em 15 setores; por exemplo, comércio, educação, indústria, serviços e construção civil. A estratégia foi desenhada usando exemplos do exterior. "Alemanha e Itália fizeram protocolos claros com setores", diz.

A capital paulista concentra grande parte os casos do novo coronavírus no país. São Paulo e municípios da região metropolitana já se aproximam do colapso do sistema hospitalar, em razão do alto número de internações.

Isolamento em 51%

O Sistema de Monitoramento Inteligente (SIMI-SP) do Governo de São Paulo mostra que o percentual de isolamento social no Estado foi de 51% hoje (21).

A central analisa os dados de telefonia móvel para indicar tendências de deslocamento e apontar a eficácia das medidas de isolamento social. Com isso, é possível apontar em quais regiões a adesão à quarentena é maior e em quais as campanhas de conscientização precisam ser intensificadas.

Durante o fim de semana, o número chegou a ficar abaixo dos 50%. O médico infectologista David Uip, que coordena o Centro de Contingência do coronavírus em São Paulo, tem reiterado que é necessário uma a adesão de pelo menos 70% da população do estado para que o vírus seja controlado.

Um reflexo da baixa adesão foram as carreatas que saíram às ruas no (18) para atacar o governador João Doria e defender o fim o isolamento social. O governador criticou os protestos e classificou os manifestantes de "aliados da doença".