Em duas semanas, mortes pelo novo coronavírus em SP quase triplicam
Em 15 dias, o número de vítimas do novo coronavírus no estado de São Paulo quase triplicou. Hoje, segundo o balanço da secretaria de Saúde, foram registrados ao todo 1.093 mortes decorrentes da covid-19. No dia 7 de abril, este número era de 371 vítimas. Ainda de acordo com as informações mais recentes, há 15.385 casos confirmados da doença no estado, espalhados em 239 cidades.
Ainda de acordo com a secretaria, houve 170% de aumento no número e casos confirmados nestes 15 dias. O número de cidades que registram a doença também aumentou consideravelmente; até o dia 7, eram 121 municípios. Entre suspeitos e confirmados, seis mil pessoas estão internadas em leitos do estado, que não especificou quantas elas estão sob tratamento intensivo.
Ontem, em entrevista ao UOL, o vice-governador de São Paulo, Rodrigo Garcia (DEM), afirmou que qualquer movimentação no sentido de afrouxar a quarentena só será tomada a partir do dia 10 de maio — data em que termina o prazo da segunda prorrogação da quarentena devido à pandemia da covid-19.
"A questão é muito mais olhar a curva da epidemia, saber onde ela está terminando e onde está começando e, a partir daí, decidir por onde abre. Comércio de rua deve ser aberto antes do que academia ou shopping. Mas tudo é análise, sem nenhuma definição. Quem vai nortear onde e quando abrir é o Centro de Contingência", disse o vice-governador.
Segundo Garcia, o governo tem organizado reuniões sobre o tema com os secretários da Fazenda, Henrique Meirelles, e de Desenvolvimento Econômico, Patrícia Ellen. A partir desses encontros, definiu que irá dividir as atividades econômicas em 15 setores; por exemplo, comércio, educação, indústria, serviços e construção civil. A estratégia foi desenhada usando exemplos do exterior. "Alemanha e Itália fizeram protocolos claros com setores", diz.
A capital paulista concentra grande parte os casos do novo coronavírus no país. São Paulo e municípios da região metropolitana já se aproximam do colapso do sistema hospitalar, em razão do alto número de internações.
Isolamento em 51%
O Sistema de Monitoramento Inteligente (SIMI-SP) do Governo de São Paulo mostra que o percentual de isolamento social no Estado foi de 51% hoje (21).
A central analisa os dados de telefonia móvel para indicar tendências de deslocamento e apontar a eficácia das medidas de isolamento social. Com isso, é possível apontar em quais regiões a adesão à quarentena é maior e em quais as campanhas de conscientização precisam ser intensificadas.
Durante o fim de semana, o número chegou a ficar abaixo dos 50%. O médico infectologista David Uip, que coordena o Centro de Contingência do coronavírus em São Paulo, tem reiterado que é necessário uma a adesão de pelo menos 70% da população do estado para que o vírus seja controlado.
Um reflexo da baixa adesão foram as carreatas que saíram às ruas no (18) para atacar o governador João Doria e defender o fim o isolamento social. O governador criticou os protestos e classificou os manifestantes de "aliados da doença".
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