Santos Cruz: Demissão de Mandetta foi natural, mas briga foi desnecessária
O ex-ministro-chefe da Secretaria de Governo, general Carlos Alberto dos Santos Cruz, avaliou hoje que a demissão de Luiz Henrique Mandetta do Ministério da Saúde foi "natural", mas os atritos entre a pasta e o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) foram "desnecessários".
"Chegou em uma situação insustentável", disse Santos Cruz em entrevista ao UOL. "Foi uma briga desnecessária. A demissão foi natural, tinha que acontecer. O problema não é a demissão, ninguém é insubstituível, mas a briga foi insensata. Dentro de um processo normal, não precisava ter acontecido", completou.
O ex-ministro fez referência às políticas de distanciamento social para o combate ao novo coronavírus defendidas por Mandetta e criticadas por Bolsonaro. O presidente queria que apenas os grupos de risco, como idosos e hipertensos, ficassem em isolamento; Mandetta, a OMS (Organização Mundial da Saúde) e outras autoridades sanitárias internacionais defendiam o distanciamento social para todos.
Teste para covid-19 de Bolsonaro
Santos Cruz ainda comentou sobre a recusa de Bolsonaro em mostrar os exames que fez para saber se estava ou não com a covid-19. O general disse que, se fosse com ele, mostraria, "porque não tem demérito nenhum, só mérito".
"Se fosse eu, divulgaria [o resultado do exame]. Se pegou e passou bem, felicidade. Ninguém ia torcer para passar mal. Tive que amigo que pegou e passou muito bem. Cidadão normal, nunca foi atleta de expressão, jogou bola comigo", lembrou.
Para o ex-ministro, o resultado do exame do presidente acabou sendo "politizado" pelo Congresso, que entrou com uma ação exigindo que Bolsonaro mostre os testes. "Coisas de saúde são das pessoas. Se fosse eu, mostraria, porque não tem demérito nenhum. Mas aí é decisão pessoal", concluiu.
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