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Com sistema de saúde em colapso no AM, prefeito diz que o 'pior vem aí'

Hospital Nilton Lins, em Manaus, recebeu a primeira paciente no sábado (18) - Michell Melo/Governo do Amazonas
Hospital Nilton Lins, em Manaus, recebeu a primeira paciente no sábado (18) Imagem: Michell Melo/Governo do Amazonas

Guilherme Mazieiro

Do UOL, em Brasília

23/04/2020 14h50

Em meio ao colapso do sistema de saúde do Amazonas e um "boom" no número de enterros, o prefeito de Manaus, Arthur Virgilio Neto (PSDB), disse que "o pior está por vir". Naquele estado são 2.479 casos confirmados e 207 óbitos. Ali a doença tem letalidade de 8,4%, maior do que a média nacional de 6,4%. Os dados foram divulgados ontem pelo Ministério da Saúde.

"O pior vem por aí. O pior é o que se espera a partir do dia 15 de maio, que deverá se estender pelo mês de junho", disse o prefeito Arthur Virgílio Neto (PSDB).

Nas análises técnicas do governo estadual, o pico da doença será em 15 de maio. Segundo o prefeito, não há a "menor condição de abrir completamente a atividade econômica", porque mais pessoas vão adoecer e os hospitais já estão lotados.

As declarações foram feitas em uma conferência por vídeo na comissão externa da Câmara de combate ao coronavírus. Participam o governador Wilson Lima (PSC-AM) deputados do estado, membros do conselho regional de medicina.

"Nós fazemos um esforço danado para conservar as pessoas em casa. Essas aparições do presidente dizendo que não há perigo e que é para ir para rua, elas desmobilizam. Não consigo a mobilização necessária para nós encurralarmos a covid", disse Arthur Virgílio.

Segundo a secretária estadual de Saúde do Amazonas, Simone Papaiz, há 146 leitos de UTI e 446 leitos de enfermaria para atender pacientes do coronavírus, todos ocupados.

O prefeito e o governador Wilson Lima reforçaram a necessidade de medicamentos, equipamentos e mão de obra para combater o coronavírus.
"O que está por vir nos próximos dias nos acende um alerta muito forte, e daí a necessidade de termos ajuda federal, da iniciativa privada e todo tipo de ajuda que nós pudermos neste momento. A gente precisa prioritariamente de respiradores, EPI [equipamento de proteção individual] e RH. Recursos humanos, médicos. Principalmente médicos intensivistas", disse Wilson Lima.

O deputado federal Marcelo Ramos (PP-AM) disse que há preocupação com o avanço do vírus pelo estado. "O maior temor é que o vírus chegue com força nos municípios do interior, nas comunidades ribeirinhas e indígenas, aí teremos uma tragédia", declarou Ramos.