Baixada Santista tem 13 casos de covid para cada caso oficial, diz pesquisa
Resumo da notícia
- Pesquisa apontou que 1,4% da população da região teve contato com o causador da covid-19
- Isso significa que de 1,6 milhão de habitantes das nove cidades da região, 23,2 mil tiveram o vírus e estão protegidos
- Região vai manter o isolamento social para evitar o colapso do sistema de saúde
- Flexibilização da quarentena na região dependerá da pesquisa e da ocupação de leitos nos hospitais da região
Pesquisa sobre como a covid-19 está se comportando na região metropolitana da Baixada Santista realizou 2.342 testes de sangue nos nove municípios da região e apontou que 1,4% da população da Baixada Santista (23.257 pessoas) já desenvolveu anticorpos para a doença.
Esse resultado da pesquisa Epicobs (Epidemiologia da covid-19 na Região Metropolitana da Baixada Santista) significa que, para cada notificação oficial da doença na região, outras 13 pessoas foram infectadas pelo vírus.
Segundo dados de domingo (3), os nove municípios da região (Santos, Bertioga, Guarujá, São Vicente, Cubatão, Praia Grande, Mongaguá, Itanhaém e Peruíbe) têm 1.744 casos oficiais de covid-19 notificados.
Quase 2.400 exames
O número de testes realizados na pesquisa foi calculado conforme a população dos nove municípios. A amostra foi definida com base na população da Baixada Santista pelo censo de 2010 (1.649.863 habitantes). Dos 2.342 exames, 33 deram positivo (1,41% da amostra).
23 mil pessoas já tiveram a covid-19
Com base nesse dado, os pesquisadores estimam que 1,41% da população (23.257 pessoas que moram na região) desenvolveram anticorpos da covid-19, ou seja, tiveram contato com o vírus (algumas desenvolveram a doença e outras não). Com ou sem sintomas, a pessoa que tem contato com o vírus desenvolve anticorpos em torno de dez dias depois de ser infectado.
Segundo a pesquisa, desenvolvida por 40 pesquisadores de todas universidades presentes na região e coordenada pelo infectologista Marcos Caseiro, doutor em infectologia pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), a presença detectada de 1,41% de anticorpos na população é insuficiente para permitir que o distanciamento social na região seja relaxado.
Dado não permite relaxar quarentena, diz prefeito
"O índice de prevalência ainda é muito baixo e, portanto, nossa população ainda é muito suscetível ao coronavírus. A gente está falando apenas de 1,41% de pessoas infectadas, o que mostra que as medidas [de isolamento social] foram acertadas", disse o prefeito de Santos, Paulo Alexandre Barbosa, que afirma ser contra flexibilizar, abrir ou encerrar as medidas de distanciamento social.
Segundo o prefeito, hoje a região conta com leitos suficientes para atender a população se mantido o isolamento. Barbosa afirmou que é fundamental o papel do Sistema Único de Saúde na região, onde 60% da população depende exclusivamente do SUS, conforme também indicou a pesquisa. "Na hora que aperta, não é o sistema privado que resolve o problema. É o Sistema Único de Saúde", disse o prefeito.
Pesquisa e ocupação hospitalar permitirá decidir sobre quarentena
De acordo com Barbosa, que também preside o Conselho de Desenvolvimento da Baixada Santista, só uma combinação entre os resultados da pesquisa (que terá outras três etapas a cada 15 dias) e do índice de ocupação de leitos no sistema de saúde permitirá decidir quando as medidas de isolamento social serão flexibilizadas na Baixada Santista.
"A principal variável do plano [de reabertura] vai decorrer do nível de conscientização das pessoas. Quanto mais pessoas em casa, menor o número de casos. Quanto menor o número de casos, menor o número de leitos ocupados", disse.
No início da semana, 158 pessoas estavam internadas em Santos com a covid-19, sendo 74 em UTI. A taxa de ocupação das UTIs da cidade (somando rede pública e privada) era de 67%. Na rede particular da cidade, a taxa de ocupação é de 78%. Por ser a principal cidade da região, 46% dos pacientes internados no município são de outras cidades.
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