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Iniciado há um mês, 1º hospital de campanha de Bolsonaro está fechado em GO

11.abr.2020 - Jair Bolsonaro (sem partido) sem máscara em meio a aglomeração nas obras do hospital de Goiás - Marcos Corrêa/Divulgação Presidência da República
11.abr.2020 - Jair Bolsonaro (sem partido) sem máscara em meio a aglomeração nas obras do hospital de Goiás Imagem: Marcos Corrêa/Divulgação Presidência da República

Guilherme Mazieiro

Do UOL, em Brasília

07/05/2020 12h43

As obras do primeiro hospital de campanha do governo Jair Bolsonaro (sem partido) começaram há exatamente um mês em Águas Lindas (GO). Em meio a escalada de casos de coronavírus, a promessa era de que os 200 leitos do hospital funcionariam a partir de 21 de abril. A unidade está pronta, mas o governo não passou a gestão ao estado, o que impede o início das atividades.

A estrutura foi projetada para atender a população de cidades próximas e do Distrito Federal. Bolsonaro visitou as obras em 11 de abril e fez propaganda da unidade em uma live no dia 30, apesar de o local não funcionar.

A obra foi anunciada ao preço de R$ 10 milhões, para ter área construída de 115 x 30 metros, com refeitório e alojamento para os profissionais de saúde.

O país tem 8.536 óbitos e 125.200 casos de coronavírus. Em Goiás são 45 mortes e 3.500 registros da doença. Os dados foram divulgados ontem pelo Ministério da Saúde.

Nesta segunda-feira (05), o governador Ronaldo Caiado (DEM-GO) se encontrou com Bolsonaro para cobrar a entrega da unidade. A promessa é de que deve ser entregue nos próximos dias.

Desde o início da pandemia, as unidades de campanha são construídas e geridas por estados e municípios. O governo federal anunciou duas unidades: em Águas Lindas (GO) e Manaus (AM).

No entanto, nesta semana o ministro da Saúde, Nelson Teich, esteve em Manaus e disse que, antes de pensar em hospital de campanha, é preciso otimizar recursos. A unidade não foi construída naquele estado.

Durante a visita às obras, em 11 de abril, Bolsonaro provocou aglomeração e manteve contato próximo com apoiadores. A postura contraria as orientações da Organização Mundial de Saúde, que defende o isolamento social.

O governo de Goiás informou que possui leitos de UTI dedicados à Covid-19 que atendem as de internação de casos graves. Dos 45 leitos de UTI sob gestão estadual dedicados para Covid, 26 estão livres (57,78%) e 19 ocupados (42,22%), nesta quinta-feira (07).

"A SES-GO aguarda que o Ministério da Saúde repasse a gestão do Hospital de Campanha de Águas Lindas para a gestão estadual", informou a Secretaria Estadual de Saúde, em nota.

Outro Lado

Procurado pela reportagem, o Ministério da Saúde comunicou, em nota, que "irá enviar, ainda nesta semana, ofício para que o governo de Goiás providencie recursos necessários para o pleno funcionamento do Hospital de Campanha, que não estão inclusos no contrato. A gestão dessa unidade hospitalar ficará sob a responsabilidade do Estado".

Sobre o hospital de AM, a pasta comunicou que a proposta está "em análise".