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SP tem mais de 1.000 profissionais de saúde infectados por covid-19

29.abr.2020 - Médico faz demonstração de atendimento a pacientes com covid-19 no Hospital de Campanha do Ibirapuera - Ettore Chiereguini/AGIF/Estadão Conteúdo
29.abr.2020 - Médico faz demonstração de atendimento a pacientes com covid-19 no Hospital de Campanha do Ibirapuera Imagem: Ettore Chiereguini/AGIF/Estadão Conteúdo

Gabriela Sá Pessoa

Do UOL, em São Paulo

07/05/2020 19h19

Resumo da notícia

  • Segundo a prefeitura, 4.365 servidores do setor estão afastados
  • Número representa 6,7% dos 64,7 mil trabalhadores dos serviços da rede básica de saúde
  • Secretaria contabiliza 15 mortes entre profissionais de saúde, metade do que sindicato da categoria tem divulgado
  • 2.558 profissionais foram afastados em todo o estado, e 1.185 serão contratados "em caráter emergencial"

A cidade de São Paulo já registra 1.086 profissionais da saúde confirmados com covid-19, doença provocada pelo novo coronavírus. O dado sobre trabalhadores, atualizado semanalmente, consta no boletim epidemiológico divulgado nesta quinta-feira (7) pela Secretaria Municipal de Saúde.

Segundo a Prefeitura, 4.365 servidores do setor estão afastados. Esse número representa 6,7% dos 64,7 mil trabalhadores dos serviços da rede básica de saúde.

"Como não tem testes para todo mundo, a gente sabe que a maioria dos casos suspeitos são verdadeiros. Penso que continuamos com problemas, principalmente por conta dos equipamentos de proteção. A prefeitura tem dito que tem equipamentos de proteção suficientes, mas, muitas vezes, o material não é de qualidade", diz Lourdes Estêvão, secretária dos profissionais da saúde do Sindsep (Sindicato dos Servidores Municipais de São Paulo).

A secretaria contabiliza 15 mortes entre profissionais de saúde, metade do que o sindicato tem divulgado. A conta da entidade inclui casos que ainda aguardam confirmação de exames e de funcionários terceirizados, como vigilantes.

Os trabalhadores subcontratados, relata a líder sindical, estão em situação mais vulnerável do que médicos e enfermeiros. "Temos denúncias de trabalhadores que estão dentro dos hospitais, em áreas como copa, segurança e limpeza, que estão com equipamento de proteção muito pior do que o pessoal da administração direta", afirma Lourdes.

Na segunda (4), o UOL publicou relato de uma médica residente que contraiu coronavírus durante o trabalho. Ela trabalha no setor de gestantes com covid-19 e só foi testada após apresentar sintomas da doença, como perda de olfato e paladar.

A Secretaria Municipal de Saúde não respondeu até a publicação deste texto quantos profissionais de saúde foram contratados para substituir os que estão afastados.

Procurado pela reportagem, o governo João Doria (PSDB) afirmou que afastou 2.558 profissionais em todo o estado por suspeita ou confirmação de covid-19 e está contratando 1.185 trabalhadores "em caráter emergencial, para reforçar as equipes que estão na linha de frente de atendimento à população".