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SP promete 500 leitos privados para maio e justifica valor acima do SUS

Prefeito Bruno Covas e o secretário de Saúde em visita ao Hospital da Bela Vista - ROBERTO CASIMIRO/FOTOARENA/FOTOARENA/ESTADÃO CONTEÚDO
Prefeito Bruno Covas e o secretário de Saúde em visita ao Hospital da Bela Vista Imagem: ROBERTO CASIMIRO/FOTOARENA/FOTOARENA/ESTADÃO CONTEÚDO

Do UOL, em São Paulo

13/05/2020 11h55

A cidade de São Paulo, epicentro da pandemia do coronavírus no Brasil, fez hoje a promessa de contratar pelo menos mais 500 leitos de UTI junto à rede privada para suprir a necessidade do sistema público. Até agora, a Prefeitura diz que já conseguiu um acordo para garantir 205 novos leitos de terapia intensiva.

"Acreditamos que até o final de maio a gente faça a contratação de 500 desses 800 leitos", disse em entrevista à Globonews o secretário municipal de Saúde, Edson Aparecido dos Santos, lembrando que em junho a expectativa é chegar a um acordo para disponibilizar mais 300 leitos de UTI.

"O processo de negociação está se dando de maneira bastante positiva", afirmou o secretário. "Esses leitos entram imediatamente na regulação do município e os hospitais começam a receber nossos pacientes. Isso permite que a gente faça adaptações nos nossos hospitais que estão com número excessivo de pacientes", completou Edson Aparecido.

Na própria rede pública, a secretaria garantiu que até sexta-feira (15) entregará mais oito leitos de UTI no bairro de Itaquera e outros dez na Mooca, ambos localizados na zona leste da capital. Sobre os leitos privados, Edson Aparecido disse que já tem acordos firmados com 13 instituições, sendo os primeiros novos leitos a serem disponibilizados pelo Hospital da Cruz Vermelha, na zona sul.

"Esses leitos privados nos auxiliam a ter um pouco mais de tempo para preparar a rede pública e ampliar a disponibilidade de leitos. Foi uma iniciativa que consideramos bastante importante, e está sendo feita com base num processo de negociação", comentou o secretário.

R$ 500 acima da tabela SUS

O titular da pasta responsável diretamente pelo combate à pandemia na cidade também explicou porque a Prefeitura optou por pagar um valor acima da tabela do SUS por esses leitos da iniciativa privada. Enquanto a tabela do sistema público nacional indica R$ 1.600 por um leito, São Paulo vai pagar R$ 2.100.

"Estamos fazendo uma contratação emergencial. A contratação leva em conta o leito, os profissionais, os insumos, o medicamento. Um leito na rede privada custa aproximadamente R$ 6.000. Então inicialmente o que o Ministério da Saúde disponibilizou, que foi R$ 1.600, a Prefeitura acrescentou mais R$ 500 para que a gente pudesse fazer essa contratação", disse.

"Com o valor de R$ 1.600 a gente seguramente não conseguiria acrescentar 500 leitos de UTI na rede privada num momento de enorme dificuldade como estamos passando. É um valor bastante razoável comparado com o que é cobrado na rede privada", completou o secretário.

Leitos de enfermaria ainda têm reserva

A Prefeitura de São Paulo não descarta em breve contratar também leitos de enfermaria junto à rede privada. No entanto, segundo Edson Aparecido, no momento há uma "reserva importante" ainda na própria rede pública, principalmente nos hospitais de campanha. O Anhembi, por exemplo, ainda tem capacidade para abrigar mais leitos de baixa complexidade.

A capital paulista vive um aumento significativo dos casos e das mortes causadas pela covid-19 nas últimas semanas. Até ontem, eram mais de 30 mil casos confirmados de contaminação, cerca de 113.000 suspeitos e mais de 2.400 óbitos.