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Não faz sentido maquiar números, diz governador do RS sobre vagas em UTI

27.abr.2019 - O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite - Aloisio Mauricio/Fotoarena/Estadão Conteúdo
27.abr.2019 - O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite Imagem: Aloisio Mauricio/Fotoarena/Estadão Conteúdo

Do UOL, em São Paulo

12/06/2020 10h15Atualizada em 12/06/2020 11h52

O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), afirmou hoje em uma entrevista à rádio Gaúcha ZH que "não faz nenhum sentido pensar que um governador vá maquiar números para mostrar que está pior em seu estado e por mais restrições".

A declaração de Leite foi uma resposta ao pedido feito ontem pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) a seus seguidores, recomendando que as pessoas entrem em hospitais para filmar os leitos de UTI vazios. O presidente não citou os riscos sanitários de entrar nos centros médicos, especialmente, nas áreas dedicadas à covid-19, e não demonstrou preocupação com a proteção dos pacientes e das equipes que atuam diariamente nos hospitais.

"Se não houver oferta de leitos, a mortalidade aumenta expressivamente", disse o governador. "Não tem vacina para prevenir e não tem remédio para curar. Tudo que faz é ganhar tempo para que o corpo do paciente sozinho resolva".

O governador ressaltou que apesar da flexibilização do isolamento social, é importante que as pessoas tenham responsabilidade. "Não é volta ao normal, estamos tentando conviver com a pandemia. Se não houver limpeza das mãos, cuidados ao sair, e não evitar contatos desnecessários, os números vão aumentar e vamos aumentar as restrições", declarou.

Leite foi um dos primeiros governadores a trabalhar em planos de retomada da economia. Em março, ele já apresentava projetos de reabertura, mas a atual flexibilização foi anunciada no início de maio.

A ideia foi dividir o estado em bandeiras coloridas e avançar ou retroceder no isolamento social de acordo com os números de casos de coronavírus e a disponibilidade de vagas de UTI.

Por fim, Leite evitou dar uma data para a volta do Rio Grande do Sul ao normal. "Vamos conviver com essa situação por mais alguns meses", avaliou. "Vamos ter que conviver com algum nível de restrição protocolos que nos permitam proteger vidas humanas. Eu não arriscaria dizer um momento em que iremos voltar a alguma normalidade que conhecemos".