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Saúde questiona agência dos EUA, cita exemplo da Índia e defende cloroquina

Agente de saúde segura comprimido de cloroquina em hospital de Porto Alegre - DIEGO VARA
Agente de saúde segura comprimido de cloroquina em hospital de Porto Alegre Imagem: DIEGO VARA

Do UOL, em São Paulo

15/06/2020 18h56

O Ministério da Saúde defendeu mais uma vez o uso da cloroquina e da hidroxicloroquina no tratamento da covid-19. Em entrevista coletiva hoje no Planalto, a pasta afirmou que vai atualizar os protocolos do medicamento para crianças e gestantes e minimizou uma decisão do FDA, a agência reguladora de medicamentos nos Estados Unidos, que revogou a autorização emergencial para o uso das substâncias em pacientes com o novo coronavírus, questionando ainda os estudos que embasaram essa medida do órgão americano.

Secretária de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde, Mayra Pinheiro disse que os estudos que serviram de referência para o FDA são de "péssima qualidade metodológica" e afirmou que o Brasil manterá a postura de usar a cloroquina no tratamento de forma emergencial.

"Seguimos muito tranquilos, não haverá nenhuma modificação, e fazemos mais uma vez uma ressalva, os trabalhos citados como referências na descrição da carta do FDA mostram referências que não podem ser usadas como exemplo nem para o Brasil, nem para o mundo, são trabalhos de péssima qualidade metodológica, e portanto nós vamos continuar produzindo bons trabalhos no Brasil, pelos pesquisadores em atuação, e vamos continuar aguardando que o mundo produza evidências que levarão algum tempo. Enquanto isso nosso dever é salvar vidas com a única medicação hoje cujas pesquisas mostram bons resultados", disse.

"Coincidentemente o Ministério da Saúde divulga atualização da sua nota de orientação no mesmo dia que o FDA revoga a permissão de emergência para tratamento com a hidroxicloroquina. Nós gostaríamos de ressaltar que seguimos tranquilos, serenos, seguros quanto à nossa orientação. A orientação do FDA se dava para tratamento em casos tardios, graves, e o Brasil já deixou de fazer essas orientações no dia 20 de maio", disse Pinheiro.

A secretária do ministério insistiu que a decisão tomada pela agência norte-americana não representa mudanças em relação ao que o Brasil já fez em seu protocolo.

"Todos os trabalhos que vêm sendo publicados com resultados preliminares no mundo inteiro, as evidências circunstanciais mostram que as medicações que são orientadas têm sua ação efetiva quando usadas precocemente. Então o que o FDA fez hoje foi reconhecer algo que o Brasil já reconheceu desde 20 de maio enquanto Ministério da Saúde, enquanto órgão orientador", comentou.

Índia como exemplo

Ainda na defesa da cloroquina, Pinheiro citou a Índia como exemplo positivo no combate ao coronavírus com o uso da cloroquina em fases não avançadas da doença.

"A Índia vem sendo um exemplo para o mundo. Tem uma população de 1 bilhão e 320 milhões de habitantes e fez uma opção de começar um tratamento profilático com a hidroxicloroquina e a cloroquina quando eram sete óbitos. E hoje é o país que tem menor mortalidade no mundo. É um exemplo para todos nós", disse.