Pesquisadores denunciam sumiço de dados do Ministério da Saúde sobre covid
O Ministério da Saúde excluiu registros de notificações de síndrome respiratória aguda grave (SRAG), que incluem os casos de covid-19, da base de dados disponibilizada publicamente pela pasta, denunciam pesquisadores do Observatório Covid-19 BR.
Esses dados do Sistema de Informação de Vigilância Epidemiológica da Gripe (Sivep) contêm todas as hospitalizações por SRAG no Brasil, que precisam ser notificados à pasta. Cada novo caso representa uma nova linha acrescentada à tabela que contém os atendimentos hospitalares.
Em cada registro, há informações detalhadas para cada paciente, por exemplo: as datas dos primeiros sintomas, da notificação e da evolução (alta ou óbito); idade; estado e município; escolaridade; raça. Informações sensíveis, como endereço, nome e documentos, são preservadas. Essas informações — chamadas de microdados — baseiam pesquisas científicas e análises sobre o cenário da pandemia.
Desde a semana passada, contudo, inconsistências graves nessas tabelas têm sido registradas.
"Na última extração disponibilizada ontem houve sumiço de dados. Não sabemos quais foram os protocolos adotados para essa redução, se limpezas de duplicatas, ou definição mais rígida de critérios para a notificação de casos no sistema", registrou hoje o grupo na rede social.
Comparando os dados de ontem com os da semana passada, os pesquisadores identificaram que a tabela mais antiga tinha 255.343 registros, enquanto a mais atual tem 208.272. "A extração publicada perdeu algo da ordem de 20% do total de registros. É preciso saber se isso foi apenas um erro e nesse caso, deve ser corrigido", apontou o observatório.
Os microdados de SRAG passaram a ser atualizados com regularidade no portal do Ministério da Saúde a partir de 1º de junho.
"A partir do dia 02/06, a base nacional passou a mostrar apenas metade dos números de casos diários de covid-19 que já constavam para extrações anteriores. Essa mudança removeu inclusive casos antigos, em dias em que a base já estava consolidada", escreveram os cientistas na rede social, na última quarta-feira (9).
O observatório comparou os dados nacionais com os divulgados pelas secretarias estaduais de saúde em uma mesma data. "Para o estado de São Paulo, o número de casos representados na extração nacional pública é basicamente a metade do que está na extração feita pela SES SP [Secretaria Estadual de Saúde]. Extrações feitas por outras Secretarias Municipais e Estaduais mostram a mesma diferença de aproximadamente 50%", concluiu o grupo.
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