MG admite preocupação com aumento dos casos e critica BH por reabertura
O governo de Minas Gerais tem visto com preocupação o aumento no número de casos e mortes causadas pelo coronavírus nos últimos dias, registrado como consequência do processo de flexibilização das medidas de isolamento social. A gestão estadual também aproveitou para criticar a forma como a reabertura do comércio tem sido feita na capital Belo Horizonte.
"O governador está preocupado, principalmente a região metropolitana", disse hoje Mateus Simões, chefe da Secretaria-Geral de Minas Gerais, em entrevista à CNN Brasil, referindo-se ao governador Romeu Zema (Novo).
O secretário acrescentou que o governo estadual reavaliará a situação dos municípios da Grande BH. "Vão ser reavaliados ao longo dos próximos dias e já indicamos que deveriam voltar a funcionar apenas os serviços essenciais", afirmou Simões.
Minas Gerais tem visto um processo de interiorização da pandemia de covid-19 e um aumento nos números de contaminação e mortes. Nos últimos dias, o estado viu a maior quantidade de vítimas fatais registrada em 24 horas desde o início da epidemia, com 35 mortos contabilizados no boletim divulgado anteontem pela secretaria de Saúde estadual. Nos informativos de ontem e hoje foram mais 33 e 30 mortes, respectivamente.
Segundo Simões, a situação é pior nas cidades da Grande BH porque elas não aderiram ao programa de flexibilização do estado, chamado Minas Consciente.
"Infelizmente a região central do estado não aderiu ao programa. Na região metropolitana nenhuma das cidades aderiu. Temos instado os prefeitos a refletirem melhor sobre o modelo de reabertura que eles adotaram", afirmou.
A crítica maior do secretário foi para a decisão do prefeito da capital, Alexandre Kalil (PSD), de permitir a abertura dos shoppings populares da metrópole desde a fase inicial de flexibilização, em vigor desde 25 de maio.
"Belo Horizonte, por exemplo, abriu os shoppings na primeira fase de abertura, parece um contrassenso", criticou Simões.
A capital do estado realmente vê um aumento não só de casos e mortes, mas também das taxas de ocupação de leitos no sistema de saúde. Segundo dados da Prefeitura, desde o início da reabertura, a ocupação de UTIs destinadas a pacientes da covid-19 passou de 40% para 74%, enquanto a dos leitos clínicos passaram de 34% para 62%.
Apesar de a Prefeitura de Belo Horizonte afirmar que tem situação melhor que as cidades da região metropolitana, o aumento nas mortes causadas pelo coronavírus impressiona. Desde o primeiro caso em março até antes da reabertura, foram registrados 42 óbitos, e nas últimas semanas, até ontem, já são 45 vítimas da covid-19.
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