Topo

Esse conteúdo é antigo

Pazuello ignora recorde de casos de covid-19 e destaca feitos da Saúde

Na entrevista, que atrasou 1h30 e durou 30 minutos, Pazuello pouco falou sobre a pandemia em âmbito nacional - Edu Andrade/Fatopress/Estadão Conteúdo
Na entrevista, que atrasou 1h30 e durou 30 minutos, Pazuello pouco falou sobre a pandemia em âmbito nacional Imagem: Edu Andrade/Fatopress/Estadão Conteúdo

Anaís Motta

Do UOL, em São Paulo

22/07/2020 20h31Atualizada em 22/07/2020 21h55

O ministro interino da Saúde, Eduardo Pazuello, ignorou o recorde de quase 68 mil casos de covid-19 confirmados nas últimas 24 horas e usou a coletiva de hoje para comentar ações pontuais em Santa Catarina, onde está "em missão" agora, e feitos de sua pasta. Na entrevista, que atrasou 1h30 e durou 30 minutos, ele respondeu a perguntas de veículos locais e pouco falou sobre a pandemia em âmbito nacional.

Às quartas-feiras, o ministério costuma divulgar o que chama de boletim epidemiológico, que traz dados semanais sobre a evolução do coronavírus no país. Divididos por regiões e estados, os números indicam onde os casos e mortes estão diminuindo, se estabilizando ou crescendo, e são importantes para avaliar quais lugares podem pensar em uma reabertura gradual ou ainda precisam de restrições.

Hoje, porém, os dados não foram disponibilizados à imprensa e o ministro também não comentou sobre eles durante a entrevista. Os números do boletim epidemiológico só foram liberados horas após o fim da coletiva, quase 22h de hoje.

Entre os temas abordados por Pazuello, estiveram a "organização" de Santa Catarina — que, na semana passada, registrou aumento nos registros de novos infectados (+24%) e mortes (+29%) frente aos sete dias anteriores —, as candidatas à vacina em estudo no Brasil e estratégias de testagem. Ele não se aprofundou ou trouxe novidades sobre nenhum dos assuntos.

Transmitida nas redes sociais do Ministério da Saúde, a coletiva não foi aberta a perguntas de outros veículos fora de Santa Catarina, mas recebeu dúvidas de supostos internautas. Um deles perguntou ao ministro sobre o que fazer se suspeitar que foi infectado, e Pazuello o aconselhou a procurar um médico (mesmo se os sintomas forem leves) e a buscar orientações no site da pasta.

Ao final, Pazuello comentou sobre os mais de 82 mil mortos pela covid-19 no Brasil e se solidarizou com as vítimas. "Oitenta mil não é um número, são 80 mil vidas, é uma realidade. Isso dói e nos faz todo dia acordar para trabalhar e buscar as melhores soluções para evitar novas mortes. São pessoas, são brasileiros, eu lamento profundamente por cada vida perdida", afirmou.

Vacina da Pfizer 'no radar'

O ministro também anunciou que o governo federal vai abrir negociações com a Pfizer para a possível compra de uma candidata à vacina desenvolvida pela farmacêutica em parceria com a BioNTech. A declaração acontece no mesmo dia em que os Estados Unidos fecharam um acordo com as empresas para adquirir, ainda em 2020, 100 milhões de doses da vacina.

Segundo Pazuello, a candidata da Pfizer e da BioNTech agora está "no radar". Ontem, a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) aprovou a condução de um ensaio clínico no Brasil para estudar as duas vacinas em desenvolvimento pelas empresas.

"Nós vamos observar isso daí, com a possibilidade também de entrar em algum tipo de acordo de cooperação para comprar também alguma possibilidade dessa vacina com a Pfizer."

Recorde de casos

Enquanto Pazuello participava da coletiva em Santa Catarina, o Ministério da Saúde anunciou, por meio de seus canais oficiais, ter contabilizado mais 67.860 diagnósticos de covid-19 de ontem para hoje. O ministro interino não comentou os dados durante a entrevista.

O balanço é um novo recorde diário de notificações, superando a marca de 54.771 pacientes registrados no último dia 19 de junho. Com isso, o total de infectados pelo coronavírus desde o início da pandemia está em 2.227.514.

No mesmo período, também foram confirmadas mais 1.284 mortes causadas pela covid-19, totalizando 82.771.