OMS descarta 'volta ao antigo normal' e pede adequação aos novos hábitos
Para o diretor-geral da OMS (Organização Mundial da Saúde), Tedros Adhanom, duas medidas são primordiais no combate à pandemia do coronavírus: liderança política e empenho comunitário.
Em entrevista coletiva realizada hoje pela entidade, Tedros afirmou que legislações bem elaboradas em relação à covid-19 podem ganhar apoio da sociedade para que o vírus desacelere.
"Isso fortalece ações para a criação de espaços em locais de trabalhos mais seguros e saudáveis. No entanto, legislações que são mal formuladas podem marginalizar as populações e ampliar a discriminação, minimizando esforços para colocarmos fim à pandemia", disse.
"Além de proporcionar informações seguras para as pessoas sobre proteção, a melhor forma de reduzir a transmissão é envolvendo os indivíduos para poder gerir seus próprios riscos e tomar decisões baseadas em evidências. A pandemia perturbou a vida de bilhões de pessoas, que ficaram ou estão em casa durante meses. É compreensível que as pessoas queiram retomar suas vidas, porém não voltaremos ao antigo normal. Parte de ajustar-se ao novo normal é encontrar formas de viver em segurança. Podemos fazer isso, mas a forma dependerá de como e onde vivemos", prosseguiu o diretor-geral.
Michael Ryan, diretor-executivo do Programa de Emergências em Saúde da OMS, citou que cumprir legislações que obrigam quarentenas é um "ato de contribuição com a sociedade".
"Quando estamos infectados, devemos ser solidários e não contaminar os outros. Seria melhor se tivéssemos mais pessoas dispostas a isolar-se em prol da comunidade, mas há situações em que isso não acontece. Então, alguns governos criam legislações que podem obrigar o cidadão a isolar-se", falou Ryan, citando que os governos devem adotar medidas de apoio à sociedade nestes casos e refutando qualquer tipo de coerção.
EUA, Brasil e Índia podem superar pandemia
Ao ser questionado sobre possíveis recursos da OMS para os países mais afetados pela pandemia (EUA, Brasil e Índia), Tedros voltou a falar e afirmou que os três têm capacidades internas para "virar o jogo".
"Os países mencionados são democráticos e têm capacidades internas muito grandes para lidar com a doença. Há vários colaboradores na linha de frente. Grandes países podem ter grandes problemas por sua natureza, pois são populosos e complexos. Existem diferenças de opinião e distintas posições entre governos federais e regionais, é o preço da democracia neste contexto", falou.
"Sempre estaremos prontos para dar conselhos e ajudar qualquer um dos nossos estados-membros, independente de suas situações. Eles vão conseguir virar o jogo por suas capacidades científicas."
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