Tedros rebate falas de Pompeo: "Não são aceitáveis e não têm embasamento"
O diretor-geral da OMS (Organização Mundial da Saúde), Tedros Adhanom, rebateu as recentes declarações do secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, que o acusou de ter-se deixado "comprar" pela China.
Em entrevista coletiva virtual realizada em Genebra, Tedros disse que as afirmações de Pompeo "não são aceitáveis e não têm embasamento", reforçando que a OMS não vai "perder o foco" por isto.
"Se há algo que realmente é importante para nós e que deveria ser importante para todos é salvar vidas. A OMS não vai perder o foco por causa desse tipo de comentário. Como sabem, uma das maiores ameaças que enfrentamos é a politização da pandemia. A covid-19 não respeita fronteiras, ideologias ou partidos. As políticas da covid-19 devem ser colocadas em quarentena", iniciou.
"Apelo para que as nações trabalhem juntas. O partidarismo simplesmente piorou a situação. O que é importante é termos soluções baseadas na ciência e na solidariedade. As alegações [de Pompeo] não são verdadeiras e não têm embasamento", concluiu.
Apoio de colegas
Depois do discurso, Tedros ganhou o apoio dos outros dois colegas presentes na mesa, a norte-americana Maria Van Kerkhove e o irlandês Michael Ryan.
"Como norte-americana, sinto a necessidade de me pronunciar. Tenho orgulho da OMS e o privilégio de sentar ao lado do Tedros e do Michael há vários anos. Nunca eu tive tanto orgulho de ser OMS como agora. Trabalho aqui há dez anos, temos pessoas dedicadas, parceiros que continuam trabalhando conosco. Agradeço a todos que mantêm o seu apoio. Não seremos distraídos", disse Kerkhove.
Ryan também pediu a palavra e reforçou a importância do trabalho da instituição e dos profissionais de saúde nos últimos meses, elogiando a postura de Tedros.
"Muitos de nós temos trabalhado sete dias por semana, 24 horas por dia. Tudo o que fazemos é estarmos focados em salvar vidas. Pessoas estão passando dias, meses e anos arriscando suas vidas. Temos envolvido nossas famílias nesta luta. É importante mantermos a moral de todos os trabalhadores da linha de frente. Nenhum de nos é perfeito, mas nós servimos ao objetivo de salvar vidas. Estou orgulhoso de estar ao lado do Tedros porque a nossa organização tem sido benéfica. Estou há mais de 25 anos aqui e o Tedros fez mudanças. Temos orgulho."
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