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SP terá novas regras no programa de retomada da economia a partir do dia 31

Funcionamento do comércio em São Paulo em meio à pandemia deve obedecer protocolos - Patricia Borges / Estadão Conteúdo
Funcionamento do comércio em São Paulo em meio à pandemia deve obedecer protocolos Imagem: Patricia Borges / Estadão Conteúdo

Felipe Pereira

Do UOL, em São Paulo

26/07/2020 04h00Atualizada em 26/07/2020 12h20

Resumo da notícia

  • Governo anunciará amanhã recalibragem de critérios para progressão de fase de cidades no Plano São Paulo
  • Percentual de ocupação de leitos para passar para fase verde, hoje de até 60%, vai aumentar
  • Regiões que se mantiverem por quatro semanas consecutivas no mesmo estágio terão direito a promoção
  • Mudança passa a valer a partir de 31 de julho e atende a pedidos a queixa de prefeitos
  • Municípios reclamam do custo para manter leitos desnecessários

Depois de chegar à conclusão de que as regras atuais obrigam a manutenção de leitos abertos sem necessidade e quase inviabilizam o progresso para as fases verde e azul, o governo paulista fará alterações no Plano São Paulo, o programa de retomada gradual da atividade econômica durante a pandemia do coronavírus. Chamada de "recalibragem", a mudança foi estudada ao longo do mês e deve ser anunciada amanhã.

Pelos critérios atuais, a promoção para a fase verde exige taxa de ocupação de leitos de covid-19 abaixo dos 60%. Ocorre que isto significa manter por tempo indeterminado vagas que não são usadas, gerando custos e diminuindo a capacidade de hospitais. Prefeitos reclamaram da situação no começo do mês e agora o governo estadual vai alterar esse percentual.

O UOL apurou que o índice estudado é de 75%, mas o martelo não foi batido. Outra mudança é que uma região que permanecer quatro semanas na mesma fase do Plano São Paulo terá direito a progredir de estágio. Os novos critérios começam a valer em 31 de julho.

Entre os argumentos usados pelos prefeitos para convencer o governo do estado a promover a mudança está o gasto e também a retomada de outros procedimentos médicos como cirurgias eletivas e tratamento de doenças crônicas. Além do uso da infraestrutura da rede de saúde, a manutenção de leitos desnecessários de covid-19 absorve mão de obra.

Haveria inclusive casos de hospitais privados que alugaram vagas para municípios e agora estão com pressão no atendimento não covid. Estes estabelecimentos já informaram que não renovarão os contratos.

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Leitos precisam ser mantidos abertos mesmo sem necessidade para região não regredir de fase
Imagem: JAILTON JR./JC IMAGEM (20.04.20)

A última atualização das fases do Plano São Paulo ocorreu na sexta-feira, quando o governador João Doria (PSDB) anunciou a oitava quarentena desde que a pandemia começou. O isolamento social persiste desde 24 de março e no momento há três regiões na fase vermelha: Franca, Ribeirão Preto e Piracicaba.

O dado positivo é que pela primeira vez em uma atualização nenhuma região regrediu. O governo informou que houve queda de 5% no número de casos, 4% na quantidade de internações e 3% nos óbitos. As autoridades de saúde informaram que São Paulo continua no platô e a expectativa é que esta etapa dure até oito semanas.