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Em SP, quem não usa máscara tem 3 vezes mais chance de contrair covid-19

Pessoas circulam por rua de comércio popular em São Paulo - AMANDA PEROBELLI
Pessoas circulam por rua de comércio popular em São Paulo Imagem: AMANDA PEROBELLI

Alex Tajra

Do UOL, em São Paulo

28/07/2020 14h09

Resumo da notícia

  • Dado consta da segunda fase do inquérito sorológico divulgado pelo prefeito Bruno Covas (PSDB)
  • A prevalência da infecção pelo vírus ficou em 9% em quem utiliza máscara sempre
  • Número sobre para 30,5% quando as pessoas utilizam a máscara "de vez em quando"

Na cidade de São Paulo, quem não usa máscara em lugares públicos tem três vezes mais chances de se contaminar com o novo coronavírus em relação às pessoas que usam o item.

O dado consta da segunda fase do inquérito sorológico desenvolvido pela Prefeitura da capital, e que foi divulgado hoje pelo prefeito Bruno Covas (PSDB).

O inquérito analisa questões como as incidências por:

  • escolaridade;
  • etnia;
  • decisão de fazer ou não distanciamento social;

Em relação às máscaras, a prevalência da infecção pelo vírus ficou em 9% em quem utiliza o item sempre. O número sobre para 30,5% quando as pessoas utilizam a máscara "de vez em quando", diz a prefeitura.

"Quem não usa [a máscara] têm mais do que três vezes mais chances de pegar o vírus", afirmou Covas em coletiva.

Outro ponto levantado pela pesquisa é que mais de 1,3 milhão de paulistanos já possuem anticorpos contra a covid-19.

Gráfico mostra incidência de covid-19 em pessoas que usam ou deixam de usar a máscara - Reprodução - Reprodução
Gráfico mostra incidência de covid-19 em pessoas que usam ou deixam de usar a máscara
Imagem: Reprodução

Sul concentra mais casos

A região Sul da cidade é a mais atingida, levando em consideração os dados da prefeitura. Na pandemia, a região vem concentrando os bairros com maiores números de mortes pelo coronavírus.

Distritos como o Grajaú, o Jardim Ângela e o Capão Redondo, todos na periferia da zona sul, permaneceram nos primeiros lugares dos índices de vítimas da doença durante os últimos dois meses.

"Isso é um tema que a gente vem dizendo já há algum tempo. O vírus está jogando luz sobre a desigualdade que nós temos na cidade de São Paulo", disse Covas. "O vírus tem mais que o dobro da incidência sobre quem tem somente ensino fundamental, quando comparado a quem tem ensino superior. A população com menos instrução pega mais o vírus na cidade", comentou o prefeito, citando a escolaridade como outro fator que influencia nos dados apurados.

Inquérito da Prefeitura mostra que pretos e pardos continuam como os mais vulneráveis ao coronavírus - Reprodução - Reprodução
Inquérito da Prefeitura mostra que pretos e pardos continuam como os mais vulneráveis ao coronavírus
Imagem: Reprodução

Covas também apresentou dados que apontam para uma maior probabilidade de se infectar com o vírus entre as pessoas que não respeitaram o isolamento social.

Desrespeito ao isolamento aponta risco maior

Enquanto as incidências de contaminação ficaram em 8,5% em quem respeitou o distanciamento e a quarentena imposta pelas autoridades na capital, o índice de quem não respeitou o isolamento ficou em 25,2%.

Ou seja, segundo o inquérito da Prefeitura, um quarto dos que não respeitaram o isolamento apresentaram teste positivo para a covid-19.

Em termos étnicos e sociais, a pandemia atinge mais os pobres e os que se identificam como pretos e pardos. Na estimativa da Prefeitura, há prevalência de 17,7% de contaminação pelo vírus na classe D; esse número é de 4,6% na classe A.

Em relação à etnia, a prevalência de infecção é de 14,6% em pretos e pardos e 9% entre brancos.

"O perfil sócio demográfico mais suscetível [vulnerável] à infecção pelo Sars-Cov-2 permanece sendo: raça/cor preta e parda, menor instrução e menor renda mensal", diz um trecho da conclusão do inquérito conduzido pela prefeitura.