Governo Doria recua e diz que não pode dar data precisa para vacina
Após anunciar que uma possível vacinação da população de São Paulo contra o coronavírus poderia começar este ano, a gestão João Doria (PSDB) recuou hoje e adotou um tom mais cauteloso, dizendo que ainda não é possível precisar quando as doses estarão disponíveis.
"As perspectivas são otimistas, mas não podemos dar data precisa de quando isso vai acontecer. Esperamos que até o final desse ano", declarou o diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas, durante entrevista coletiva no Palácio dos Bandeirantes na tarde de hoje.
Anteriormente, o governador Doria havia dito que a Coronavac, vacina contra o coronavírus que será produzida pelo Instituto Butantan em parceria com o laboratório chinês Sinovac, poderia começar a ser aplicada em profissionais de saúde a partir de 15 de dezembro, caso fosse aprovada em todos os testes.
Após a entrevista, questionado pela reportagem do UOL se é possível dizer que a vacina começará no dia 15 de dezembro como anunciado anteriormente, Covas respondeu: "Não. Não creio".
Especialistas já vinham dizendo que dificilmente haveria alguma vacina pronta para aplicação este ano. A própria OMS (Organização Mundial da Saúde) declarou que o Brasil não terá uma vacinação em massa contra o novo coronavírus nem no ano que vem. A entidade acha que a população mundial terá de esperar até 2022.
Nos bastidores, a corrida por uma vacina é considerada uma disputa entre Doria e o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) de olho na eleição de 2022.
Vacina do Butantan é a mais avançada, diz Doria
Na coletiva de hoje, Doria também disse que a vacina do Butantan é a que está em estágio mais avançado entre todas as que estão em produção no mundo.
"Os primeiros resultados do estudo clínico comprovam que, entre todas as vacinas, a Coronavac é a mais segura e a que apresenta melhores índices e mais promissores. É, de fato, a vacina mais avançada neste momento", declarou.
O governo do estado divulgou hoje os resultados dos testes da Coronavac com 9.000 voluntários no país. De acordo com Covas, a vacina teve poucos efeitos colaterais e os resultados no Brasil comprovam que a vacina é segura.
Segundo os resultados apresentados, 35% dos voluntários apresentaram algum tipo de efeito colateral após a aplicação da vacina, sendo dor no local de aplicação a mais comum, relatada por 18% dos que receberam a dose.
Não foram apresentadas reações de grau 3, que são mais graves. Apenas 0,1% dos voluntários tiveram febre.
"As outras reações foram insignificantes do ponto de vista estatístico. O mais frequente foi dor de cabeça, que pode ter relação com vacina ou não. Os outros sintomas foram muito baixo", afirmou Covas. "Portanto é a vacina mais segura não só no Brasil, mas no mundo."
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.