Bolsonaro ataca Doria, diz que vacina é cartada eleitoral e vê diálogo zero
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) fez críticas ao governador de São Paulo, João Doria (PSDB), e afirmou que a tentativa de um acordo com o Ministério da Saúde para compra da CoronaVac, vacina contra o coronavírus que será produzida pelo Instituto Butantan em parceria com o laboratório chinês Sinovac, teria motivação política.
"Uma pessoa tentou tirar um proveito político em cima disso, ele tinha uma audiência marcada para hoje com o ministro [da Saúde, Eduardo] Pazuello. Ele [o ministro] passou mal, acho que está baixado no hospital ainda, e depois o Pazuello fez uma videoconferência com alguns governadores onde o Doria entrou no circuito. E o Doria, acabando a videoconferência, correu para a imprensa para falar que ele havia assinado um protocolo para a aquisição de vacina chinesa, essas são as palavras dele", disse Bolsonaro a jornalistas em Iperó (SP) hoje.
Ontem, Pazuello havia afirmado, após videoconferência com governadores, que o Ministério da Saúde compraria 46 milhões de doses da CoronaVac do Instituto Butantan. Hoje pela manhã, porém, Bolsonaro desautorizou o ministro e disse que o governo federal não comprará a vacina.
Questionado sobre as conversas com o governador paulista em torno da vacina, Bolsonaro respondeu que o diálogo com Doria é "zero", mas que não haveria problemas em o ministro Pazuello tratar do assunto com o secretário de Saúde de São Paulo, Jean Goryntchein.
"Zero, zero, se o secretário de Saúde quiser conversar com o Pazuello, sem problema nenhum. Eu não converso com uma pessoa que usou meu nome por ocasião das eleições e, poucos meses depois, começou a me atacar visando me desgastar e, assim, atrapalhar a política brasileira pensando em uma futura eleição", disse Bolsonaro.
População cansada de 'terrorismo', diz Bolsonaro
Aos jornalistas, Bolsonaro ainda afirmou que "a população já está por demais inalada com discursos de terrorismo" desde o início da pandemia.
"Tem um vídeo do senhor João Doria de poucos dias onde ele diz claramente que obrigaria os aproximadamente 40 milhões habitantes de São Paulo a se vacinar. Isso é uma atitude autoritária que dispensa comentários", declarou o presidente.
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