SP pode atingir até 43 mil mortes pela covid em 15/11; Doria pede 'cautela'
O estado de São Paulo vive um momento de controle da pandemia do novo coronavírus, parecido com o que atravessava ainda em abril, antes de a transmissão se agravar na região. No entanto, há um temor entre a administração estadual de que os casos e mortes possam aumentar conforme muitas das medidas restritivas chegaram ao fim em São Paulo.
Segundo projeção da Secretária de Saúde paulista, o estado pode atingir até 43 mil mortes pela covid-19 nos próximos dez dias, até o dia 15 de novembro. Isso elevaria a média móvel atual, que é de 85 mortes por dia em São Paulo. A projeção mais otimista até a data prevê 41 mil mortes. Hoje, o estado soma 39.717 óbitos causadas pelo novo coronavírus.
Para os casos de covid-19, que atualmente somam 1.125.936 no estado, as projeções ficam entre 1,17 milhão e 1,3 milhão de pessoas contaminadas até o fim da primeira quinzena do mês.
Diante desse cenário, o governador João Doria (PSDB) demonstrou preocupação com o aumento das reuniões sociais no estado, que podem representar um risco ao controle da pandemia caso não sejam observadas as medidas de prevenção à contaminação, como o uso da máscara.
"Neste momento é cautela. Estamos na fase de orientação para que sigam as medidas de proteção. Evite aglomerações. Não é hora. Não vamos ter Réveillon porque ainda temos covid. Não é hora de fazer festa. Depois da vacina poderemos festejar, Carnaval, eventos, futebol, churrasco, pizza", afirmou Doria durante entrevista coletiva realizada no Palácio dos Bandeirantes, sede do governo em São Paulo.
O governador também lembrou a segunda onda do coronavírus que atinge a Europa, onde países como Inglaterra, França, Alemanha e Portugal decretaram novos lockdowns.
"Vejam o que aconteceu nos Estados Unidos e na Europa. Não queremos que isso volte a acontecer no Brasil", afirmou Doria, citando também os americanos, que registraram mais de 100 mil novos casos de covid-19 em um único dia ontem.
Atenção dentro de casa
Tanto Doria como as autoridades da Saúde estaduais reforçaram o pedido para a atenção da população em reuniões sociais dentro de casa. A recomendação é para que se use a máscara em encontros familiares domésticos, principalmente quando há pessoas que estão no grupo de risco da covid-19.
"Temos que tomar cuidado com essas situações que são controláveis. Sempre reforço que em eventos sociais a maioria do contágio acontece dentro das famílias", disse José Medina, médico e coordenador do Centro de Contingência da covid-19 em São Paulo.
"Insisto, acham estranho, mas recomendo que usem máscara em casa. Se tem possibilidade de risco, com pessoas com comorbidade, é razoável usar em casa máscara e [fazer] o distanciamento social", completou Medina.
Aglomerações só em maio ou junho
Já o governador foi mais à frente no tempo e demonstrou preocupação com as festas de final de ano. Além disso, previu que as aglomerações só serão liberadas quando boa parte da população do país tiver vacinada contra a covid-19, o que deve acontecer, segundo ele, até maio ou junho.
Hoje, porém, ainda não há uma vacina aprovada e com registro na Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) para iniciar a vacinação. As candidatas mais prováveis a se tornarem as primeiras vacinas disponíveis são a CoronaVac, desenvolvida e testada pelo Instituto Butantan em parceria com o laboratório chinês Sinovac, e a vacina de Oxford, que tem os testes no Brasil coordenados pela Unifesp (Universidade Federal de São Paulo) e será produzida pela Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) se aprovada.
"A maior preocupação não é Natal, são as festas de final de ano, ou Réveillon. Esse é o momento de maior preocupação. Aglomerações não são recomendadas de forma alguma, nem em praias, campos ou clubes e nenhuma outra área", disse Doria.
"Será um risco enorme se as pessoas não tiverem cautela e entenderem que, depois da vacina, provavelmente a partir de maio e junho, com o Brasil todo imunizado, poderemos celebrar, sim, o Carnaval e o Ano Novo. Ainda que com outro nome e temática, mas com a alegria de que poderemos beijar e abraçar sem riscos de contaminar, sem prejudicar a vida de ninguém", completou o governador paulista.
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