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São Paulo não planeja reabrir hospitais de campanha, diz secretário

Últimos pacientes deixam o hospital de campanha do Pacaembu em junho Imagem: Divulgação

Leonardo Martins

Colaboração para o UOL, em São Paulo

18/11/2020 15h11

O secretário municipal de Saúde de São Paulo, Edson Aparecido, disse ao UOL que a Prefeitura não planeja reabrir os hospitais de campanha mesmo com um aumento no número de casos e internações por covid-19.

"Hospitais de campanha nos formatos que foram montados não estão no planejamento porque temos, hoje, estruturam nos hospitais definitivos. Temos novas UPA's (Unidades de Pronto Atendimento), novos hospitais, temos condições de atender a população", afirmou Aparecido à reportagem.

O boletim epidemiológico municipal divulgado hoje apontou 385.216 casos confirmados de covid-19, um aumento de 11 mil novos diagnósticos desde a última terça (10). A O mesmo taxa de ocupação em leitos de UTI dos hospitais administrados pela Prefeitura está em 44%. No pico, em maio, o índice chegou a 92%.

Se ocorrer um salto, há número de leitos suficientes para absorver."
Edson Aparecido

Os hospitais de campanha foram erguidos para suportar os meses mais críticos da pandemia, entre março e junho. Mas, com a queda no número de internações, a Prefeitura decidiu desmontar as obras.

A expectativa pela reconstrução das estruturas vinha sendo debatida desde quando os hospitais particulares da capital paulista começaram a registrar aumento no número de internações.

Aumento de internações em leitos particulares

Pesquisadora do Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo trabalha com metodologia genética para detectar a covid-19 Imagem: NELSON ALMEIDA / AFP

Nesta semana, o Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo, fez um alerta para o aumento de internações por covid-19 verificado nos últimos dias, além do crescimento no número de testes realizados e nos diagnósticos positivos para a doença.

Edson Aparecido, além de negar a necessidade de erguer novos hospitais, ressaltou que as novas infecções estão sendo registradas nas classes mais altas da sociedade. Ele concordou com o secretário de Saúde do Estado, que disse ao UOL que as classes A e B perderam o medo da pandemia.

O aumento vem dessa classe média que foi para balada, bar, restaurante, praia. O que precisamos reforçar agora é que, embora estejamos preparados, as pessoas precisam entender que a pandemia continua, ela está aí."
Edson Aparecido

O boletim epidemiológico municipal mais recente, divulgado ontem, apontou 385.216 casos confirmados de covid-19, um aumento de 11 mil novos diagnósticos desde a última terça (10).

A rede particular da cidade também foi a primeira a sentir os impactos do coronavírus em março — quando o país viu seus números de internações aumentarem —, e registrou as primeiras mortes pela doença. Logo, o problema migrou para a rede pública e só não entrou em colapso em São Paulo devido ao aumento na oferta dos leitos.

Hoje, os profissionais já têm mais experiência no manejo e no acompanhamento do paciente. É muito diferente de março ou abril."
Edson Aparecido

Eleições 2020

16.11.2020 - Guilherme Boulos (PSOL) e Bruno Covas (PSDB) antes do debate da CNN Brasil para a Prefeitura de São Paulo Imagem: Kelly Queiroz/CNN Brasil

O aumento das internações e a decisão do governo do estado de adiar a divulgação das estatísticas de novos casos e mortes por 30 dias tornou-se tema de troca de acusações entre os candidatos à Prefeitura que estão no segundo turno.

Ontem, Guilherme Boulos (PSOL), declarou que é no "mínimo muito suspeito" o adiamento, pelo governo do estado, da atualização do Plano São Paulo.

Covas, no entanto, negou que a cidade esteja passando por uma segunda onda de covid-19 e disse que o adiamento da atualização o Plano São Paulo para um período não tem relação com sua campanha.

"Desde o início da pandemia não houve qualquer tipo de ação eleitoral em cima desses números", afirmou.

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