Lojistas temem que retrocesso de Doria para a fase amarela prejudique Natal
Trabalhadores do tradicional comércio popular de rua do Brás estão preocupados. Após dois meses na fase verde do Plano São Paulo, as lojas — abertas das 8h às 18h — vinham registrando movimento normal e boas vendas. Contudo, com o retrocesso para a fase amarela do plano, comerciantes se mostram inseguros e temem que as novas velhas restrições prejudiquem as vendas de Natal.
"Com o auxílio emergencial, batemos recordes de vendas em agosto e setembro. A rede planejava a abertura de uma nova filial, mas com as medidas anunciadas hoje, o dono decidiu adiar", afirma o gerente da Santa Clara Lingerie, Abelardo Lima Xavier, 51.
Segundo Xavier, se houver orientação para redução de horário, a loja seguirá o que for preciso fazer para não ser multada. Contudo, teme cortes na equipe.
No período em que o comércio ficou fechado tivemos que demitir três funcionárias, mas, com o crescimento nas vendas, a black friday e o Natal, foi necessário contratar mais cinco pessoas, pois já estamos em ritmo normal e vendendo mais que antes. Justo em dezembro um anúncio desses!"
Abelardo Lima Xavier, gerente de loja no Brás
Provisórios podem não ser efetivados
"Os provisórios contratados para o Natal vão acabar não sendo efetivados ano que vem se houver redução de horário para 8 ou 6 horas", disse.
O comércio em São Paulo reabriu em junho, na fase laranja. Na ocasião, eram apenas 4 horas. Quando a fase amarela foi implementada na capital, em julho, o comércio de rua podia abrir por apenas seis horas. Depois, ainda na fase amarela, o tempo de abertura das lojas foi ampliado para 8h.
Na fase verde, que terminou hoje, o comércio de rua pode ficar aberto por até 12h, desde que encerre as atividades até as 22h.
Numa grande loja de calçados do Brás, que integra uma rede paulistana, o gerente disse não ter autorização para conversar com jornalistas, mas afirmou que não havia recebido nenhuma orientação da direção da empresa sobre o horário a praticar.
Com redução, lojas ficam cheias o tempo todo
Marinês Ferreira Francisco, 48, dona de um box em que vende roupas femininas na feirinha está preocupada. Torce para que as medidas funcionem e não seja necessário regredir mais, pois a redução do tempo de abertura significa menos vendas. "Se fechar, é muito pior".
Tem baile funk na cidade toda, com gente dividindo copo, cigarro. Isso que deveria ser proibido, não o comércio."
Marinês Ferreira Francisco, dona de um box no Brás
Para o bombeiro civil Vitor Souza, 23, que ajuda a controlar o fluxo de clientes na Feirinha Estação Brás e orienta clientes e funcionários das lojas a usar máscara e a se higienizar, a restrição de horário faz com que mais gente acesse as lojas em menos tempo. Além disso, o acesso das pessoas é mais rígido, gerando filas do lado de fora dos estabelecimentos.
"O controle de acesso é mais rígido e forma fila do lado de fora e fica mais gente ao mesmo tempo dentro da loja. Com mais tempo de abertura, dá para controlar o acesso melhor e o fluxo se distribui ao longo do dia", diz.
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