Doria anuncia todo o estado de SP na fase amarela um dia após eleição
O governador João Doria (PSDB) anunciou hoje que seis regiões regrediram para a fase amarela do Plano São Paulo, que coordena a reabertura da economia no contexto da pandemia de covid-19. A Grande São Paulo e as regiões de Piracicaba, Campinas, Sorocaba, Baixada Santista e Taubaté foram atingidas pela medida. Com isso, todo o estado fica na mesma fase.
As novas restrições foram divulgadas um dia após o segundo turno das eleições municipais, em que o atual prefeito de São Paulo, Bruno Covas (PSDB), foi reeleito com o apoio de Doria.
Na fase amarela, muda o horário de funcionamento do comércio e de serviços, além da capacidade de ocupação. A educação não será afetada, de acordo com o governo paulista.
Com o claro aumento da instabilidade da pandemia, o governo de São Paulo decidiu que 100% do estado vai retornar para fase amarela do Plano São Paulo."
João Doria durante entrevista coletiva sobre a pandemia realizada no Palácio dos Bandeirantes
Segundo o governador, a medida não fecha comércio nem bares e restaurantes. A fase amarela não fecha atividades econômicas, mas "é mais restritiva para evitar aglomerações e contágio da covid-19".
A capital do estado estava na fase verde desde o último dia 9 de outubro. Foram 52 dias sem uma nova reclassificação.
Atualização do Plano SP adiada
Em outubro, o governo do estado havia prometido a atualização do Plano São Paulo para 16 de novembro — um dia depois do primeiro turno das eleições municipais. No entanto, na data marcada, Doria alegou que um problema no sistema de dados sobre a pandemia do Ministério da Saúde tinha comprometido a análise principalmente das estatísticas de novos casos e mortes causadas pelo coronavírus.
Mesmo assumindo que o estado tinha apresentado 18% de aumento nas internações pela covid-19, o que podia ser comprovado porque esses dados não passam pela pasta federal, o governo paulista adiou a reclassificação em duas semanas. Assim, marcou a nova avaliação para o dia seguinte ao segundo turno.
Na semana passada, representantes do Centro de Contingência ao Coronavírus chegaram a recomendar ao governador a adoção imediata de mais restrições, mas ele preferiu esperar. O argumento foi que era necessário aguardar o fechamento da semana epidemiológica, no sábado (28).
Ontem, na capital, o anúncio da vitória de Bruno Covas, na sede do PSDB estadual, no Jardins, teve aglomeração de políticos e militantes. "Fui a uma coletiva de imprensa, não fui a uma comemoração", respondeu Doria, quando foi questionado por uma jornalista.
Internações na capital
O aumento no número de internações dos hospitais particulares da capital de São Paulo foi noticiado desde a primeira quinzena de novembro. No dia 17, o HCor (Hospital do Coração) informou que estava com 88% dos leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) ocupados.
Mesmo assim, o prefeito Bruno Covas repetiu durante toda a disputa de segundo turno que não há segunda onda de covid-19 em São Paulo. "Vamos mostrar que não há segunda onda na cidade e que há uma estabilidade na pandemia", disse, em coletiva, há 11 dias.
Segundo ele, o aumento em hospitais particulares não influenciaria na pandemia em São Paulo como um todo.
Fiscalização intensificada
Jean Gorinchteyn, secretário estadual de Saúde, anunciou que o governo intensificará significativamente a fiscalização para garantir o cumprimento das novas medidas. Gorinchteyn afirmou que a administração estadual pretende quadruplicar o número de fiscais para tentar impedir aglomerações. Nas últimas semanas, festas clandestinas, por exemplo, têm sido relatadas com frequência no estado.
Todos nós temos que impedir que o vírus continue circulando."
Jean Gorinchteyn, secretário estadual de Saúde
O secretário negou que o governo tenha reduzido a fiscalização nas últimas semanas. Segundo Gorinchteyn, o estado realizou até agora mais 110 mil ações de fiscalizações e aplicou mais de mil atuações.
Ele afirmou que a população necessita de mais "responsabilidade" neste momento de piora da pandemia.
João Gabbardo, coordenador-executivo do Centro de Contingência ao Coronavírus, disse que "não estamos nem um pouco confortáveis com dados dessa última semana".
O fato de as regiões regredirem devem representar essa preocupação."
João Gabbardo, coordenador-executivo do Centro de Contingência ao Coronavírus
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