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Sem festas de réveillon, litoral de SP quer mais fiscalização no fim do ano

Praia do Embaré, na cidade Santos (SP), com concentração de banhistas em agosto, durante a pandemia do novo coronavírus - Fernanda Luz/Agif - Agência de Fotografia/Estadão Conteúdo
Praia do Embaré, na cidade Santos (SP), com concentração de banhistas em agosto, durante a pandemia do novo coronavírus Imagem: Fernanda Luz/Agif - Agência de Fotografia/Estadão Conteúdo

Lucas Borges Teixeira

Do UOL, em São Paulo

03/12/2020 04h00

Quem decidir passar a virada do ano no litoral paulista terá de pular as sete ondinhas sem festa e com distanciamento social. Antes mesmo de todo o estado ficar na fase amarela do Plano São Paulo, de retomada econômica, as festas de réveillon estavam canceladas. As prefeituras decidiram, agora, reforçar a fiscalização e restringir ainda mais a movimentação nas praias.

Proibir a entrada de ônibus de turismo e suspender o uso de guarda-sóis são algumas medidas tomadas para evitar aglomerações e uma consequente proliferação do novo coronavírus já nos próximos fins de semana. Na última segunda (30), ao anunciar que todo o estado foi para a fase amarela, o governador João Doria (PSDB) falou em um "claro aumento da instabilidade da pandemia".

Segundo o governo, a Baixada Santista é uma das regiões de maior atenção, com 7,9 óbitos por covid-19 a cada 100 mil habitantes, maior taxa registrada no estado até a última atualização do Centro de Contingência ao Coronavírus, e 42 internações pela doença por 100 mil habitantes.

Para evitar aumento dos números, a Prefeitura de Santos tem adotado medidas mais rígidas quanto à chegada de turistas nos fins de semana, o que deve se intensificar em dezembro e janeiro. "Nos finais de semana e feriados, há reforço da fiscalização da Guarda Civil Municipal na orla da praia e outros locais com grande fluxo de pessoas", informou a Prefeitura ao UOL.

No último fim de semana, a administração municipal já tinha instalado uma barreira sanitária para impedir o ingresso de vans e ônibus de turismo na cidade. A operação deverá se repetir nos próximos sábados e domingos.

A vizinha Guarujá, outro local de alta procura pelos banhistas, também decidiu reelaborar as regras para dezembro e proibir a entrada de vans e ônibus de turismo, "com exceção dos que já têm autorização emitida em data anterior ao decreto [1º de dezembro]", informa a Prefeitura.

Além disso, o uso de guarda-sóis e cadeiras de praia está suspenso e esportes coletivos estão proibidos. Vendedores ambulantes estão permitidos "desde que permaneçam tomando as medidas profiláticas necessárias". "O banho de mar está liberado, assim como as demais modalidades individuais, sempre com distanciamento entre as pessoas", informou a administração municipal.

Na Praia Grande, a Prefeitura informou que está "realizando um estudo sobre a questão da fase amarela do Plano São Paulo" e que a população e estabelecimentos devem seguir as regras impostas pelo governo. Já é certo que a fiscalização também será reforçada no verão.

No litoral norte, a prefeitura de São Sebastião decidiu suspender, na última quarta (2), toda a programação pública de verão e disse que irá reforçar "as ações de bloqueios sanitários nas entradas da cidade com o objetivo de monitorar e orientar aos turistas e banhistas".

"É preciso reforçar que a ajuda da população é importante em cumprir os protocolos sanitários e denunciar abusos e irregularidade", declarou a prefeitura, em resposta ao UOL.

A prefeitura de Caraguatatuba também fez reunião na quarta para debater possíveis medidas para evitar aglomerações no final de ano, mas não informou as resoluções. A administração de Ubatuba deverá fazer o mesmo sexta-feira (4).

Um consenso entre as prefeituras é que as aglomerações estão críticas desde setembro e devem piorar —há um problema de contingente para gerenciar e prevenir grandes quantidades de pessoas.

Na última terça (1º), o governo paulista se reuniu com os 62 municípios do estado que têm apresentado índices mais preocupantes desde novembro para ouvir as prefeituras e tomar ações "em conjunto".

Sem festa de réveillon

As festas de réveillon no litoral paulista, que reúnem milhares de pessoas, estão suspensas, assim como no resto do estado. As prefeituras informaram que não haverá tradicionais queimas de fogos nas praias.

Festas e grandes eventos, na verdade, estavam proibidos mesmo na fase verde do Plano São Paulo, onde as regiões litorâneas se encontravam previamente. Com o regresso à fase amarela, o governo apertou o cinto ainda mais.

Em coletiva na última segunda, Doria reforçou que festas privadas e públicas estão proibidas até do início da vacinação contra a covid-19 e que ele poderá tomar "medidas legais" que se sobreponham a "decisões municipais".

"Não é hora de festa. Não é hora de celebração. Só poderemos voltar a ter festas depois da vacinação. Enquanto isso, não devemos ter aglutinações nem públicas e nem privadas", afirmou o governador.

Em SP, parques seguem abertos

O regresso à fase amarela não alterará o funcionamento de parques e atividades ao ar livre —desde que sem aglomeração— na capital paulista. Ao UOL, a SVMA (Secretaria do Verde e do Meio Ambiente) afirmou que os horários continuam os mesmos.

Segundo a secretaria, a prática de esportes coletivos amadores está liberada, assim como o uso das quadras de centros esportivos e de parques municipais.

"A SVMA orientou os funcionários das unidades para reforçar a recomendação de que sejam evitadas aglomerações com a retomada das atividades coletivas. O uso de máscaras e higienização de mãos com sabão ou álcool em gel também é recomendado", informou a secretaria, por e-mail.

É possível saber o horário de funcionamento de cada parque no portal da SVMA.