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Ex-deputado é alvo de ação da PF que apura desvio em instituto de saúde

Imagem de arquivo; A ofensiva, batizada de "Talha", mira no ex-deputado Francisco Floriano (DEM) - Reuters
Imagem de arquivo; A ofensiva, batizada de "Talha", mira no ex-deputado Francisco Floriano (DEM) Imagem: Reuters

Do UOL, em São Paulo

09/12/2020 07h27Atualizada em 09/12/2020 13h27

A PF (Polícia Federal) e o MPF (Ministério Público Federal) deflagraram hoje uma operação que investiga suposto desvio de recursos públicos no Into (Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia Jamil Haddad), no Rio de Janeiro. O instituto é um órgão da administração direta do Ministério da Saúde.

A ofensiva, batizada de "Talha", mira no ex-deputado Francisco Floriano (DEM) sob suspeita de exigir propinas a pretexto de conseguir a liberação de recursos de emendas parlamentares para o Into, sendo que os recursos eram posteriormente desviados pela organização criminosa desarticulada nas operações Fatura Exposta e Ressonância.

A ação cumpriu oito mandados de busca e apreensão em residências e escritórios no Rio de Janeiro e em Brasília, expedidos pela 7ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro.

Durante as diligências, a PF apreendeu R$ 168,1 mil na casa de um assessor que seria ligado a Francisco Floriano.

As investigações que culminaram na Operação Talha tiveram início a partir de informações obtidas na Operação Fatura Exposta, que indicavam a atuação de uma organização criminosa especializada no desvio de recursos públicos destinados a unidades de saúde do estado do Rio de Janeiro.

Na ação, deflagrada em abril de 2017, foi preso o ex-secretário estadual de Saúde do Rio Sérgio Côrtes, que comandou o Into entre 2002 e 2006 e a Secretaria entre 2007 e 2013 na gestão do ex-governador Sérgio Cabral.

Segundo a PF, os investigadores encontraram "fortes indícios" da atuação de um ex-deputado federal na nomeação de diretores do Into, da influência direta do investigado em questões administrativas do hospital e até mesmo na marcação de exames e cirurgias de pessoas de seu interesse.

Os investigados poderão responder pelos crimes de organização criminosa, lavagem de capitais e corrupção passiva.

Outro lado

Em nota, a SEMS-RJ (Superintendência Estadual do Ministério da Saúde no Rio de Janeiro) informou que o Into trabalha com "total transparência" em seus processos administrativos e que está à disposição da Justiça para quaisquer esclarecimentos.

"A atual gestão do Instituto foi indicada sem qualquer ingerência política. Vale lembrar que o Into é referência na área à qual se dedica e vem prestando, ao longo dos anos, tratamento de excelência em traumato-ortopedia a nível regional e nacional", acrescentou o comunicado.

Até o fechamento dessa matéria a reportagem não havia obtido o posicionamento dos demais citados. O espaço está aberto para manifestações.

* Com informações de Estadão Conteúdo