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Paraná ainda avalia vacina russa e testes seriam só em fevereiro, diz Alep

Sputnik V é a vacina russa que ainda tem chances de ser testada no Paraná - Divulgação
Sputnik V é a vacina russa que ainda tem chances de ser testada no Paraná Imagem: Divulgação

Do UOL, em São Paulo

15/12/2020 18h02

Um relatório elaborado pelos deputados da Alep (Assembleia Legislativa do Paraná) indica que o governo paranaense ainda avalia a continuidade da parceria que esboçou com as autoridades russas para ter a vacina Sputnik V, um dos primeiros imunizantes contra a covid-19 a começar sua aplicação no mundo. O documento também sinaliza que, caso o estado ainda tenha estudos clínicos da vacina, isso só deve acontecer em fevereiro.

A frente parlamentar do coronavírus na Alep foi a responsável pela elaboração do relatório, que resume os seis meses de atuação do grupo de deputados estaduais. Os parlamentares lembram a parceria que chegou a ser anunciada entre o Tecpar (Instituto de Tecnologia do Paraná) e o Fundo de Investimento Direto da Rússia, mas que não vingou até agora.

Segundo o documento, o fundo russo indica que "está redimensionando o projeto com outros parceiros", sendo estes divididos por funções científicas, de produção e comercial. Diante desse cenário, o governo do Paraná vai avaliar se considera pertinente seguir com a parceria, que previa a produção local da Sputnik V pelo Tecpar.

O relatório afirma que o órgão ligado ao governo paranaense ainda "aguarda um posicionamento dos parceiros russos, sobretudo sobre a execução da fase 3 de testes no Brasil, previsto para depois de janeiro". Os testes em questão visam atestar a eficácia do imunizante.

Enquanto as tratativas com o imunizante russo não avançam, a frente parlamentar indica que o Paraná deveria considerar outras vacinas contra a covid-19, como a CoronaVac, a ser produzida em São Paulo pelo Instituto Butantan em parceria com o laboratório chinês Sinovac. Os parlamentares afirmam que o governo paranaense tem R$ 200 milhões à disposição para adquirir vacinas.

"Após visitas e reuniões, podemos afirmar que o estado do Paraná precisa de um plano estadual de vacinação robusto e deve estar preparado para adquirir vacinas, caso seja necessário suprir ou complementar a estratégia que será adotada pelo Programa Nacional de Imunização [PNI, do governo federal]. Há recurso disponível para isso", afirma o relatório.

O documento lembra que o Ministério da Saúde tem a obrigação de realizar um plano nacional de vacinação, mas que este acontecerá em etapas e o Paraná tendo um plano estadual poderia abreviar o tempo total de imunização da população.

Vacina sem bandeira

O governador do Paraná, Ratinho Júnior (PSD), disse hoje que "não escolhe bandeira" da vacina contra a covid-19, indicando que poderia adquirir, além da Sputnik V, tanto a CoronaVac, de origem chinesa, como a vacina da Pfizer/Biontech, dos Estados Unidos.

O imunizante da Pfizer foi o único até agora a concluir estudos de fase 3, que atestaram eficácia de 95%. Foi com a vacina que o Reino Unido e os Estados Unidos já iniciaram a imunização da população nos últimos dias.

Já a vacina russa só foi aplicada até agora no seu país de origem. O imunizante, que teve uma intenção de compra anunciada pela Argentina, divulgou ainda ontem os resultados de fase 3 dos estudos clínicos. Segundo o Centro Gamaleya, responsável pelo desenvolvimento da vacina na Rússia, ela teve 91,4% de eficácia.

Os dados divulgados, porém, ainda não foram revisados cientificamente e nem publicados em uma revista especializada.