Fase vermelha: estado de SP só terá serviços essenciais no Natal e Ano-Novo
O governo de São Paulo anunciou que todo o estado terá "medidas restritivas específicas" contra o coronavírus entre os dias 25 a 27 de dezembro e 1° a 3 de janeiro. Na prática, as medidas serão de "fase vermelha", com o funcionamento apenas de comércios essenciais, como farmácias, padarias e mercados, o que restringirá o funcionamento de restaurantes e bares.
O evento não contou com a presença do governador João Doria (PSDB), que está afastado por dez dias para "ficar com a família".
Oficialmente, a região de Presidente Prudente regrediu para a fase vermelha por tempo indeterminado. Foi divulgado também que a próxima classificação das fases vai acontecer no dia 7 de janeiro - nenhuma região, no entanto, voltará para a cor verde.
"Não estamos no momento de festas nem de aglomerações. É nesses momentos que esse risco de descontrole da pandemia acontece e o mundo inteiro agora está aplicando medidas específicas nesse momento", disse Patrícia Ellen, secretária de Desenvolvimento Econômico do estado.
Ela também abordou os motivos de as restrições não atingirem os demais dias do fim de ano, como o dia 24, véspera de Natal.
"Nosso objetivo aqui é conter festas e aglomerações. E outro ponto que nós vimos é que as grandes aglomerações de comércio foram nesses últimos finais de semana. Tipicamente, dia 24 não é o dia mais cheio. Até o dia 23, todo mundo aproveita para fazer as compras, e dia 24 tipicamente é um dia mais tranquilo."
Ontem, o secretário da Saúde do estado, Jean Gorinchteyn, afirmou que nas últimas quatro semanas epidemiológicas, São Paulo teve um aumento de 54% nos casos confirmados. O número de mortes, por outro lado, saltou 34% no período.
A nova medida indica preocupação da Secretaria de Saúde com o avanço da pandemia. O governo, que havia aumentado as restrições entre março e junho, havia iniciado a flexibilização em agosto. No dia 21 daquele mês, o governo anunciou que nenhuma região paulista estava no vermelho.
Em setembro, no entanto, os sinais de que a pandemia não estava controlada fizeram o Centro de Contingência defender mais rigor nas restrições, o que foi combatido nos bastidores pela ala política do governo.
"Sinal para a população"
João Gabbardo, coordenador executivo do Centro de Contingência da covid-19 em São Paulo, afirmou que a medida serve como um "sinal para a população" diante da gravidade do aumento do surto.
"É um sinal para a população de que nós estamos em uma fase bastante preocupante em relação ao número de casos e temos que mostrar para a população que a recomendação é ficar em casa. Se deslocar o mínimo possível para as atividades essenciais", iniciou.
Para o médico, manter alguns estabelecimentos funcionando transmitira a imagem de uma menor preocupação com a covid-19.
"Se nós mantermos o comércio funcionando normalmente, estaremos sinalizando para a população que estamos em situação em que podemos sair. Isso gera mobilização de funcionários, com eles precisando pegar transporte coletivo. Não dá para pensar somente naquelas pessoas que vão se dirigir a essas atividades."
Números consolidados
Até agora, o Estado de São Paulo registrou mais de 45 mil mortes e 1,3 milhão de casos. Segundo o governo 66,9% dos leitos de UTI estão ocupados no estado: são 10.856, 4.710 em UTI (Unidade de Terapia Intensiva).
Em todo o Brasil já são mais de de 187 mil óbitos na pandemia, com média móvel de mortes de 769, o mesmo patamar de 18 de setembro.
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