Covid: Brasil registra 1.224 novas mortes em 24 h, maior número desde 20/8
Pelo segundo dia consecutivo, o Brasil registrou mais de mil mortes causadas pela covid-19 em um intervalo de 24 horas. De ontem para hoje, houve a confirmação de 1.224 novos óbitos em decorrência da doença no país, o maior número em mais de quatro meses. As informações foram levantadas pelo consórcio de veículos de imprensa do qual o UOL faz parte.
A última vez que o país registrou um número maior de óbitos em apenas um dia foi em 20 de agosto, quando teve 1.234 mortes. Desde então, os números começaram a diminuir até que em meados de novembro o país voltou a apresentar tendências de altas.
Ontem foram cadastradas 1.075 novas mortes provocadas pela covid-19 no intervalo de 24 horas. No total, 193.940 pessoas morreram devido à doença desde o começo da pandemia.
Foram 668 óbitos em média nos últimos sete dias, o que representa uma estabilidade de -8% na comparação com 14 dias atrás. Hoje o país completou uma semana com estabilidade na média de mortes.
Ainda assim, dezembro já é o mês com maior registro de óbitos desde setembro, confirmando as previsões de uma segunda onda da doença no país. Especialistas alertam, no entanto, que os números devem aumentar ainda mais no próximo mês devido às festas de fim de ano.
Houve 55.853 diagnósticos positivos para a covid-19 em todo o país de ontem para hoje. O total de contaminados chegou a 7.619.970 desde o início da pandemia. Foram 668 mortes em média nos últimos sete dias.
Dados da Saúde
O Ministério da Saúde divulgou nesta quarta-feira (30) que o Brasil teve confirmadas 1.194 novas mortes pela doença de ontem para hoje. É o maior número desde 1º de setembro, quando o órgão contabilizou 1.215 novos óbitos.
Na terça (29), segundo o Ministério, houve o cadastro de 1.111 novas mortes por covid-19 no intervalo de 24 horas. Desde o início da pandemia, 193.875 pessoas morreram no país devido à doença.
De ontem para hoje, foram confirmadas 55.649 testagens positivas para o novo coronavírus. O número de infectados subiu para 7.619.200 desde o começo da pandemia.
Oito estados em alta
Três regiões do país também estão com óbitos estáveis: Centro-Oeste (3%), Nordeste (-3%) e Sudeste (-10%). Apenas o Norte (42%) apresentou aceleração, enquanto o Sul teve queda (-19%).
Nos estados, oito mantém os registros em alta, enquanto sete apresentam queda e 12 mais o DF estão em estabilidade.
Especialistas indicam cálculo de média móvel
Para medir a situação das mortes por causa da covid-19, especialistas indicam usar a média móvel dos óbitos, que calcula a média de registros observada nos últimos sete dias. A operação é a mais adequada para observar a tendência das estatísticas, por equilibrar as variações abruptas dos números ao longo da semana.
O consórcio de veículos de imprensa adotou esse período para verificar as oscilações na média móvel. É possível falar em queda nos números quando a diminuição é maior do que 15% se verificado nos últimos 14 dias —no caso, o período das duas últimas semanas. Caso os números aumentem mais do que 15%, há aceleração da epidemia. Valores intermediários indicam estabilidade.
Veja a situação por estado e no Distrito Federal:
Região Sudeste
- Espírito Santo: estável (10%)
- Minas Gerais: estável (-1%)
- Rio de Janeiro: queda (-19%)
- São Paulo: estável (-12%)
Região Norte
- Acre: aceleração (42%)
- Amazonas: aceleração (76%)
- Amapá: estável (8%)
- Pará: aceleração (50%)
- Rondônia: aceleração (45%)
- Roraima: queda (-50%)
- Tocantins: queda (-28%)
Região Nordeste
- Alagoas: aceleração (75%)
- Bahia: estável (10%)
- Ceará: queda (-69%)
- Maranhão: estável (9%)
- Paraíba: estável (-13%)
- Pernambuco: estável (10%)
- Piauí: estável (-10%)
- Rio Grande do Norte: estável (4%)
- Sergipe: aceleração (36%)
Região Centro-Oeste
- Distrito Federal: queda (-16%)
- Goiás: queda (-46%)
- Mato Grosso: aceleração (23%)
- Mato Grosso do Sul: aceleração (62%)
Região Sul
- Paraná: queda (-31%)
- Rio Grande do Sul: estável (-9%)
- Santa Catarina: estável (-14%)
Veículos se unem pela informação
Em resposta à decisão do governo Jair Bolsonaro de restringir o acesso a dados sobre a pandemia de covid-19, os veículos de comunicação UOL, O Estado de S. Paulo, Folha de S.Paulo, O Globo, G1 e Extra formaram um consórcio para trabalhar de forma colaborativa para buscar as informações necessárias diretamente nas secretarias estaduais de Saúde das 27 unidades da Federação.
O governo federal, por meio do Ministério da Saúde, deveria ser a fonte natural desses números, mas atitudes de autoridades e do próprio presidente durante a pandemia colocam em dúvida a disponibilidade dos dados e sua precisão.
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