Topo

Esse conteúdo é antigo

Brasil registra 1.186 novas mortes e tem maior média de mortes em 12 dias

Ala voltada para pacientes com coronavírus em UTI no hospital Gilberto Novaes, em Manaus (AM) - Michael Dantas/AFP
Ala voltada para pacientes com coronavírus em UTI no hospital Gilberto Novaes, em Manaus (AM) Imagem: Michael Dantas/AFP

Colaboração para o UOL, em São Paulo

05/01/2021 18h16Atualizada em 05/01/2021 20h38

Pela primeira vez em 2021, o Brasil registrou mais de mil novas mortes causadas pela covid-19 em um intervalo de 24 horas. Foram 1.186 novos óbitos confirmados de ontem para hoje. A média de óbitos, de 723, é a maior desde a véspera de Natal. Os dados são do consórcio de veículos de imprensa do qual o UOL faz parte.

No total, pessoas 197.777 morreram devido à doença desde o começo da pandemia. Ainda assim, o país continua em estabilidade na comparação com a média de 14 dias atrás: -7%. Já é o 13º dia consecutivo de estabilidade em números altos. A última vez que o país teve uma média mais alta foi em 24 de dezembro, quando registrou 736.

De acordo com informações do consórcio, os três últimos dias de 2020 foram as últimas vezes nas quais o Brasil confirmou mais de mil novas mortes causadas pela covid-19 em um intervalo de 24 horas. Nos dias 29, 30 e 31 de dezembro foram cadastrados, respectivamente, 1.075, 1.224 e 1.036 novos óbitos.

Vale ressaltar, no entanto, que os registros de mortes nos fins de semana e feriados tendem a ficar represados devido à redução das equipes nas secretarias de saúde. Com isso, os dados são inseridos nos dias subsequentes, especialmente às terças e quartas-feiras.

Houve 57.447 testagens positivas para a covid-19 nas últimas 24 horas em todo o país, aumentando o total de infectados para 7.812.007 desde o início da pandemia.

Dados da Saúde

Em boletim divulgado hoje, o Ministério da Saúde confirmou que foram cadastrados 1,171 novos óbitos provocados pela doença de ontem para hoje, o que totaliza 197.732 mortes desde o início da pandemia.

Segundo dados da pasta, as últimas vezes nas quais houve registro de mais de mil novas mortes por covid-19 em um intervalo de 24 horas foram em 29, 30 e 31 de dezembro, com 1.111, 1.194 e 1.074 novos óbitos, respectivamente.

Nas últimas 24 horas, houve 56.648 diagnósticos positivos para o novo coronavírus no Brasil. O total de infectados subiu para 7.810.400 desde o começo da pandemia.

De acordo com a pasta, 6.963.407 pessoas se recuperaram da doença, com outras 649.261 em acompanhamento.

16 estados e DF em estabilidade

Entre os estados, cinco registram aceleração na variação de 14 dias, enquanto outros cinco apresentam queda. Dezesseis mais o Distrito Federal se mantêm em estabilidade.

Três regiões do país também estão com óbitos estáveis: Centro-Oeste (-4%), Nordeste (-4%) e Sudeste (-9%). Apenas o Norte (43%) apresentou aceleração, enquanto o Sul segue em queda (-17%).

Especialistas indicam cálculo de média móvel

Para medir a situação das mortes por causa da covid-19, especialistas indicam usar a média móvel dos óbitos, que calcula a média de registros observada nos últimos sete dias. A operação é a mais adequada para observar a tendência das estatísticas, por equilibrar as variações abruptas dos números ao longo da semana.

O consórcio de veículos de imprensa adotou esse período para verificar as oscilações na média móvel. É possível falar em queda nos números quando a diminuição é maior do que 15% se verificado nos últimos 14 dias —no caso, o período das duas últimas semanas. Caso os números aumentem mais do que 15%, há aceleração da epidemia. Valores intermediários indicam estabilidade.

Veja a situação por estado e no Distrito Federal:

Região Sudeste

  • Espírito Santo: queda (-16%)

  • Minas Gerais: estável (-6%)

  • Rio de Janeiro: estável (-14%)

  • São Paulo: queda (-21%)

Região Norte

  • Acre: estável (-15%)

  • Amazonas: aceleração (88%)

  • Amapá: estável (0%)

  • Pará: aceleração (30%)

  • Rondônia: estável (12%)

  • Roraima: aceleração (129%)

  • Tocantins: aceleração (64%)

Região Nordeste

  • Alagoas: estável (5%)

  • Bahia: estável (-2%)

  • Ceará: estável (-14%)

  • Maranhão: estável (-2%)

  • Paraíba: estável (8%)

  • Pernambuco: queda (-34%)

  • Piauí: estável (7%)

  • Rio Grande do Norte: estável (11%)

  • Sergipe: aceleração (22%)

Região Centro-Oeste

  • Distrito Federal: estável (-14%)

  • Goiás: estável (0%)

  • Mato Grosso: estável (-15%)

  • Mato Grosso do Sul: estável (6%)

Região Sul

  • Paraná: queda (-16%)

  • Rio Grande do Sul: estável (-8%)

  • Santa Catarina: queda (-30%)

Veículos se unem pela informação

Em resposta à decisão do governo Jair Bolsonaro de restringir o acesso a dados sobre a pandemia de covid-19, os veículos de comunicação UOL, O Estado de S. Paulo, Folha de S.Paulo, O Globo, G1 e Extra formaram um consórcio para trabalhar de forma colaborativa para buscar as informações necessárias diretamente nas secretarias estaduais de Saúde das 27 unidades da Federação.

O governo federal, por meio do Ministério da Saúde, deveria ser a fonte natural desses números, mas atitudes de autoridades e do próprio presidente durante a pandemia colocam em dúvida a disponibilidade dos dados e sua precisão.