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Covid em SP: Aumento da transmissão ocorre no lazer noturno, diz Gabbardo

Largo da Batata, em Pinheiros, na Zona Oeste da capital, vem registrando bares lotados desde o final do ano passado  - André Porto/UOL
Largo da Batata, em Pinheiros, na Zona Oeste da capital, vem registrando bares lotados desde o final do ano passado Imagem: André Porto/UOL

Lucas Borges Teixeira, Rafael Bragança e Allan Brito

Do UOL, em São Paulo

08/01/2021 14h53Atualizada em 08/01/2021 18h35

O Centro de Contingência do Coronavírus em São Paulo mirou no lazer noturno ao reformular as diretrizes do Plano São Paulo. Para o comitê que aconselha o governo paulista nas decisões sobre a pandemia, movimentações em bares e festas têm sido um dos principais pontos de transmissão do vírus no último mês.

Atualmente, bares só poderão funcionar até as 20h na fase amarela e via delivery ou retirada na fase laranja.

"Aprendemos que o problema não são os ambientes controlados. O aumento da transmissão ocorre nos bares, no lazer noturno, nas atividades que ocorrem à noite, nas baladas, festas e comemorações. É nesse ponto que o plano mudou consideravelmente", explicou João Gabbardo, coordenador-executivo do Centro de Contingência.

Com a reclassificação feita nesta sexta pela equipe do governador João Doria (PSDB), 90% da população do estado se mantém na fase amarela, incluindo a capital, enquanto quatro regiões (os outros 10%) estão na laranja: Marília, Presidente Prudente, Registro e Sorocaba.

Estamos pedindo às pessoas que exerçam suas atividades normalmente, com orientações e cuidado. Mas que, a partir de determinado horário, das 20h ou das 22h, as pessoas procurem não participar de nenhum tipo de evento, seja ele bar, restaurante, festa ou comemoração. Todas evidências apontam que é nesses locais que a transmissibilidade da doença ocorre com maior capacidade, maior intensidade."
João Gabbardo, coordenador-executivo do Centro de Contingência

Além das restrições a bares, as duas fases mais restritivas do plano antes da vermelha também têm limites noturnos ao funcionamento de qualquer tipo de comércio, incluindo aí também restaurantes. Na laranja, toda atividade comercial pode se estender apenas até às 20h desde que a ocupação seja limitada a 20% da capacidade do local. Na amarela, o horário limite é às 22h, com até 40% de lotação.

Vacinação

O governo do estado manteve a posição de que iniciará a vacinação em 25 de janeiro, data que não deve ser adiada. Há, porém, a possibilidade de São Paulo, que previa o início da imunização em 25 de janeiro, antecipar a data caso o Programa Nacional de Imunização tenha início antes.

"Se o programa nacional iniciar em 20 de janeiro, por óbvio o programa estadual também será antecipado. É o que queremos. O que pode não acontecer é se o programa nacional decidir por postergar a data de início da vacinação, São Paulo não abrirá mão de iniciar vacinação no dia 25 de janeiro", comentou Gabbardo.

No mesmo dia em que o Instituto Butantan fez à Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) o pedido de uso emergencial da CoronaVac para iniciar a vacinação, as autoridades paulistas também comemoraram uma decisão vinda do STF sobre a imunização contra a covid-19.

Hoje pela manhã, o ministro da Corte Ricardo Lewandowski proibiu o governo federal de requisitar seringas e agulhas contratadas pelo estado de São Paulo para a vacinação. O pedido havia sido feito ao STF pelo próprio governo paulista após a União requisitar os estoques porque vem enfrentando dificuldades para comprar os itens.

"Quero cumprimentar a decisão do Lewandowski, que garante que as seringas sejam garantidas", disse o secretário de Desenvolvimento Regional, Marco Vinholi, valorizando a ação do governo de São Paulo de se precaver quanto aos estoques necessários para iniciar a vacinação.

"Quero finalizar com a frase dele: 'A incúria do governo federal não pode penalizar a diligência da administração estadual, a qual tentou se preparar de maneira expedita para a atual crise sanitária'."