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Vacina da Fiocruz deve começar a ser aplicada 5 dias após chegar ao Brasil

Presidente da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Nísia Trindade Lima - Tânia Rêgo/Agência Brasil
Presidente da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Nísia Trindade Lima Imagem: Tânia Rêgo/Agência Brasil

Do UOL, em São Paulo

08/01/2021 17h46

A presidente da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz), Nísia Trindade Lima, afirmou hoje que a vacina de Oxford/AstraZeneca contra a covid-19 deve começar a ser aplicada cinco dias após chegar ao Brasil. A declaração foi dada em entrevista à GloboNews.

"[Depois que as doses chegarem da Índia], a vacina passa por um processo de rotulagem que leva em torno de um dia. A distribuição é pelo PNI (Plano Nacional de Imunização), que precisa de três a quatro dias", afirmou Nísia. "Então, da chegada das doses ao processo de distribuição e início da vacinação, demora um período de cinco dias".

A vacina Oxford/AstraZeneca está sendo importada do Instituto Serum, fabricante indiano contratado para produzir 1 bilhão de doses do imunizante a países em desenvolvimento.

Hoje, a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) recebeu da Fiocruz o pedido de autorização para uso emergencial de 2 milhões de doses prontas da vacina —o uso emergencial permite a vacinação em grupos de risco como idosos, indígenas e profissionais da saúde.

A Anvisa estima que a análise deve levar até 10 dias. A Fiocruz informou que o pedido para registro definitivo (que permite vacinação em massa) deve ser feito até o dia 15 de janeiro.

Ontem, o ministro da Saúde, general Eduardo Pazuello, afirmou que "na melhor das hipóteses" a vacinação no Brasil começaria em 20 de janeiro. Em um segundo cenário, diz ele, o cronograma ficaria entre 20 de janeiro e 10 de fevereiro.

Mas, de acordo com a presidente da Fiocruz, na data de 20 de janeiro as doses da vacina Oxford/AstraZeneca devem sair da Índia em direção ao Brasil. "Estamos tentando antecipar a data", assegurou.

Pazuello ainda disse que a expectativa é de cerca de 30 milhões de doses por mês, considerando a produção na Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) e do Instituto Butantan, que produz a CoronaVac em parceria com a Sinovac.

Segundo Nísia, houve iniciativa para que o Brasil pudesse importar mais de 2 milhões de doses da vacina. "Se fosse possível, seguramente estaríamos fazendo esse movimento. Sabemos que é uma corrida diante da velocidade de um vírus que tantos malefícios traz à sociedade".

Além das doses prontas, a Fiocruz fez um acordo de encomenda tecnológica com a AstraZeneca para que possa produzir a vacina em Bio-Manguinhos, unidade produtora de imunobiológicos da Fiocruz.

"A expectativa é de receber o insumo farmacêutico ativo até o final de janeiro", informou Nísia. "Assim, iniciamos a produção para entregar ao PNI, por etapas, 50 milhões de doses até abril".

O prazo, até o final de janeiro, representa um atraso. Inicialmente, a Fiocruz receberia o ativo neste sábado. De acordo com o laboratório, o prazo foi estendido por "precaução", mediante trâmites burocráticos para a importação.

(Com Reuters)

Errata: este conteúdo foi atualizado
Diferentemente do que foi informado no título e na home do UOL, a vacina produzida pela Fiocruz deve ser aplicada cinco dias após chegar ao Brasil, e não no dia 25 de janeiro. A informação foi corrigida.