Topo

Butantan pretende dobrar produção da CoronaVac em maio

A vacina CoronaVac, produzida pelo Instituto Butantan em parceria com o laboratório Sinovac Biotech - ALOISIO MAURICIO/ESTADÃO CONTEÚDO
A vacina CoronaVac, produzida pelo Instituto Butantan em parceria com o laboratório Sinovac Biotech Imagem: ALOISIO MAURICIO/ESTADÃO CONTEÚDO

Leonardo Martins

Colaboração para o UOL, em São Paulo

08/01/2021 17h08Atualizada em 08/01/2021 17h38

O Instituto Butantan, responsável pela produção da vacina contra a covid-19 CoronaVac, estuda dobrar a produção de doses diárias do imunizante a partir do mês de maio. Atualmente, o órgão fabrica um milhão de frascos diários da vacina e o objetivo é que se produza dois milhões de doses por dia.

O instituto afirmou hoje ao UOL ter duas linhas de produção de vacinas: uma é dedicada aos imunizantes contra o vírus Influenza e a outra está totalmente voltada para a vacina contra o novo coronavírus. Até maio, é possível que o órgão consiga fabricar todas as doses programadas contra a Influenza. Se isso acontecer, os cientistas irão voltar as duas frentes de envasamento para o imunizante do laboratório Sinovac Biotech.

A decisão, contudo, ainda está sendo estudada e terá de ser conciliada com a campanha de outros produtos.

Pedido de uso emergencial à Anvisa

Hoje, o Butantan oficializou o pedido de aplicação emergencial da CoronaVac junto à Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), que pode levar até dez dias para ser analisado. Caso seja aprovada, a imunização de grupos de risco como idosos e profissionais da saúde estará autorizada.

Também hoje, a Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) fez o pedido de uso emergencial de 2 milhões de doses da vacina desenvolvida pela Universidade de Oxford em parceria com o laboratório Astrazeneca. A fundação informou que o pedido para registro definitivo (que permite vacinação em massa) deve ser feito até o dia 15 de janeiro.

Em nota, a Anvisa explicou detalhes do processo, dizendo que as primeiras 24 horas serão de triagem dos documentos apresentados pelo Butantan. "Se houver informação importante faltando, a Anvisa pode pausar o prazo e solicitar as informações adicionais ao laboratório", diz a nota.

Segundo a agência, foi feito apenas o pedido para uso emergencial. O Butantan não solicitou o registro da vacina, que é uma autorização definitiva para imunização em massa e comercialização com bula.

Ontem, o ministro da Saúde, general Eduardo Pazuello, afirmou que a vacinação no Brasil deve começar em 20 de janeiro na "melhor das hipóteses" ou no máximo até o fim de março em caso de eventuais problemas. A expectativa é que sejam usados os imunizantes produzidos pela Fiocruz e pelo Butantan.

Em entrevista à rádio BandNews, o secretário estadual de Saúde Jean Gorinchteyn afirmou que há possibilidade de São Paulo, que previa o início da imunização em 25 de janeiro, antecipar a data caso o Programa Nacional de Imunização tenha início antes.